tag:blogger.com,1999:blog-43213301916308711532024-03-12T23:16:34.429-07:00Eternidade no CoraçãoEclesiastes 3:11Unknownnoreply@blogger.comBlogger71125tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-28993471176000465802020-07-28T11:03:00.000-07:002020-07-28T11:03:00.176-07:00<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Nem sempre gaguejei, há quem se lembre do momento que marca a viragem, mas não vem aqui para o caso.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Não gaguejo por aí além, mas quando estou mais cansado ou menos à vontade, quando antecipo a gaguez, quando teimo em que ela vem, ela vem mesmo.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">E dei aulas durante 14 ou 15 anos. Deve ser estranho entrar numa aula de comunicação e perceber que o professor (por vezes) gagueja. Tive alunos a rir, expectável, tive alunos que tomaram a gaguez como uma forma de teste, se este tipo gagueja e está aqui, eu também consigo fazer o que me é proposto apesar de... (acrescentar uma dificuldade a seu belo prazer).</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Uma das coisas que repetia, ano após ano, nas apresentações orais que eram feitas, era que pouco me importava se o aluno ao falar em público suasse muito, gaguejasse, tremesse, ficasse vermelho ou não conseguisse ficar quieto, isso era um problema dele. Olhavam para mim, o que é que eu queria dizer com isto? O aluno tinha de vencer os seus medos, as suas fraquezas, dificuldades. Nem eu, nem os colegas estaríamos ali a fazer alguma coisa se não houvesse uma predisposição inicial da pessoa para fazer o seu melhor. E cada um de nós é um mundo. Desde o aluno que sempre participou e dinamizou a aula até ao dia em que a apresentação foi numa sala com palco, quedou-se entre o nervoso e o tímido. Passando pela aluna vinda de África, que pouco português falava ou entendia, aluna que tentámos motivar e puxar, que respondia a perguntas com um sorriso nervoso, acompanhado de um sim ou de um não, perguntas de explicação e não de resposta simples, ela que na apresentação final deixou-nos a todos de boca aberta, sem cábula, com um tom de voz nunca antes ouvido e uma preparação adequada, cumpriu o que eu já não esperava, num português deficiente, mas cumpriu. Tive os alunos cábulas, aqueles que não preparavam a apresentação, uns passavam com arte, outros espalhavam-se com ruído. Em todas estas circunstâncias tentei apontar as características de cada um, os pontos fortes e fracos, o futuro dependeria deles, da forma como os articulavam e aprendiam a gerir as suas características. Cada um de nós um mundo.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Já tive conversas posteriores com alguns alunos, uns perceberam a importância da cadeira anos depois, quando se viram a fazer o que não esperavam, outros aproveitaram para reformular estratégias de comunicação e debelar dificuldades percebidas. Mas falava de gaguez...</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Há diferentes reacções à gaguez, o desinteresse é a mais cruel, seja uma gaguez em maior ou menor grau, não ajuda o gago perceber que as pessoas desligaram o áudio; nem todos desligam, uns tentam descobrir a palavra emperrada. Junte-se a isto os esgares advindos da repetição dos sons e o gago tem o prato cheio. Numa sala de aula, pode ser um barril de pólvora, ter tempo para fazer uma apresentação, ser directa ou indirectamente gozado, ou assistir ao desinteresse dos colegas, enquanto se é avaliado. Enquanto docente, passei por cima dessas reacções, para os mais chico-espertos era apertar os calos das suas dificuldades e rapidamente viam a luz. Mas a verdade é que sempre fui respeitado na minha gaguez, acredito que pela dignidade de quem o fez e não tanto por medo de sofrerem alguma coisa da minha parte.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-40209447541903720952020-07-27T11:03:00.000-07:002020-07-27T11:03:03.510-07:00<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A semana passada passámos o fim de semana com um casal amigo, ela foi minha colega de licenciatura. No domingo, depois de algumas horas de conversa, algumas delas focadas nas aventuras e desventuras do curso, nas pessoas que nos acompanharam nessa viagem, ela dizia "não sei quem é, há mais de vinte anos que não pensava nisso".</span><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Neste sentido, sou português, vivo com a memória, algumas delas são tão vívidas que duvido que já não as tenha alterado definitivamente, há caras e nom</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">es que não associo, a uma foto de alguém que deveria reconhecer sem dificuldades o meu cérebro cancelou momentânea, mas definitivamente, as sinapses. Se saudade é um termo português e provavelmente uma acção muito nossa, reconheço-me nesse escarafunchar das gavetas da memória.<br />O papel da escola, num sentido mais lato, nestas gavetas parece-me óbvio, estive na escola até aos 35 anos, como aluno e professor, e a determinada altura nas duas valências. Muita da minha experiência de vida, grande parte dos meus amigos vieram dali. A postura e forma de dar aulas foram uma reacção e uma acção empática relativamente às experiências enquanto aluno. Tentei ignorar e exorcisar aquilo que experienciei como mau ou fraco, tentei imitar as atitudes e modelos pedagógicos que admirei, sem nunca deixar de ser eu. E ainda assim a sala de aula mudou-me, passei a falar mais, a reagir mais rapidamente e a interromper mais!<br />Escrevi logo no início que vivia com a memória, tinha escrito inicialmente "na memória", mas pareceu-me desadequado, esta segunda proposição parecia indicar uma passividade minha relativamente à memória, um domínio desta relativamente à minha vontade, à minha prática e acção. Não vivo consumido pelas memórias, mas estas acabam por interagir com o meu presente, serem desencadeadas pela espuma dos dias.<br />Às vezes não me lembro do contexto, do "público", até do que aconteceu depois, mas somente de um ou dois segundos, não tanto da acção, mas do sentimento que ficou associado a uma imagem, que pode e será já uma interpretação minha, a consolidação de algo não muito consciente, mas que a mente foi trabalhando e solidificando também imageticamente.<br />A prova de que a memória é demasiado subjectiva para se nela confiar são as conversas que já tive com duas ou três pessoas que privaram comigo, que conversaram sobre episódios e pessoas, que demonstraram terem estado lá e eu que não as reconheci, confirmei a veracidade dos relatos, percebi o afecto com que me tratavam, mas a minha mente apagara-as, nem uma luzinha.<br />Quem me conhece melhor já não estranha, eu ainda vou tentando perceber, mas sem grandes esperanças.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-40034980974053342942020-07-26T11:03:00.001-07:002020-07-26T11:03:09.416-07:00<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Nada. Nenhuma ideia. Nenhuma vontade de escrever sobre o que já escrevi. Os mesmos temas, as mesmas palavras, os mesmos jogos de palavras. A mesmice coisa. Já ouvi elogios de leitores profissionais, de professores que fazem da vida a dissecação do texto. E então? Poucos os leram, e esses tantos passaram por cima da minha vontade de ler, não tanto de escrever. Prefiro ser entretido a entreter, as pessoas são difíceis de contentar e, enquanto resultado, o da leitura é mais garantido.<br />Não será somente uma questão de preguiça, mas de perfeccionismo, e este dá trabalho. Tenho histórias começadas e abandonadas, falta-me o jeito, a arte e o empenho para dar corpo às ideias, não é algo que consiga fazer em três tempos, o que me atrapalha a vontade. Escrevi diversos textos curtos, eram a minha praia, mas até esses tenho abandonado.<br />E até a leitura tem mudado, obviamente, leio mais lentamente, preciso de maior concentração, os livros que lia com prazer entediam-me, aqueles que pouco me interessavam hoje são dos meus predilectos.<br />Continuo a ter uma predilecção pelo sexo dos anjos, pela metalinguagem ou pela metaliteratura, i. e., pelo (falso) diário, ou pela ficção com fronteiras esbatidas, gosto do Vila-Matas. Um amigo, livreiro, dizia que havia gostos para tudo, mas que eu era dos poucos que comprava religiosamente os livros dele. Não gosto de todos, se calhar falta-me cultura e conhecimento para compreender e ultrapassar a questão do gosto, talvez não sinta o golpe de asa em alguns deles, ou talvez não sejam vários livros, mas capítulos de uma obra contínua e, como sabemos, há capítulos mais interessantes do que outros.<br />Há depois as idiossincrasias, conheço gente que devorou com gosto livros que me obriguei a ler, para chegar ao fim. Gostámos da mesma obra, mas o caminho que fizemos foi diferente. Acho piada a isto, quando dava aulas tinha sempre uma lista de livros para os alunos, eles tinham de escolher um e fazer uma apresentação com base na leitura do mesmo. Durante anos tinha um livro pequenino, o Morreste-me do José Luís Peixoto, era o campeão dos calões, com pouco mais de 50 páginas, para quem não gosta de ler era uma tentação certa. O livro é um exorcizar da morte do pai, é um acerto de contas com a falta que o pai faz ao narrador, com a morte, a ausência, a dor. Quantas vezes ouvi, "professor, tramou-me, escolhi o livro mais pequeno, mas a leitura doeu-me, chorei, pensei no que me acontecerá quando o meu pai morrer". Sorria, o objectivo fora cumprido, a leitura mexera com eles, embarcaram nela com uma falsa ideia de facilitismo e encontraram um caminho que lhes pediu acção. Foram a pensar que a rapidez e apatia eram dados adquiridos e foram apanhados na curva, muitos não se estamparam, continuaram a viagem, com nódoas negras, mas ainda assim...<br />Não me lembro do início do texto, ando assim, termino com uma leitura, O Último Barco de Domingo Villar, um policial com 800 páginas, em que nas primeiras 630 nada acontece!Ou melhor, acontece tudo o que é importante num romance, entretecem-se as vidas das personagens, as suas idiossincrasias, lê-se a acção narrativa, mas também a acção interior, dá-se pistas ao leitor, muitas delas falsas. Mas o que me cativa é perceber a arte de um autor que narra as vidas exterior e interior da sua personagem, do seu inspector, que demorou oito anos a escrever o livro, oito anos a escrever vidas, ficcionais, mas vidas.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
Já perceberam o desejo de ser leitor? Oito anos debruçado sobre uma obra... Ainda não é para mim.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-38871570928009305692020-06-23T01:55:00.000-07:002020-06-23T01:55:16.069-07:00Senhor, ajuda-me no meio às dificuldades, ao me afogar na minha ansiedade, ao olhar temeroso para o futuro sem atentar para o Deus que me sustentou no passado e me guarda no presente, ao balbuciar orações incompletas, toldadas pela preocupação, pela minha imaginação pecaminosa. Quero confiar em Ti, mais ainda quando percebo quão pequena a confiança é, quero ter a certeza do salmista, até porque a tenho provado, "como os montes estão à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está à volta do seu povo."<br />
Levanto os meus olhos para os montes e só posso ver o Teu cuidado e sustento. Guia-me pelo caminho da confiança e dependência, dirige os meus pés, aumenta a minha fé.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-1876781521692214052020-04-20T06:06:00.000-07:002020-04-20T06:06:15.567-07:00Park Bench/Um Pedaço de Madeira e Aço de Chabouté<div style="text-align: justify;">
Em 2002, a Marvel decidiu apostar num "evento", ´Nuff Said era um desafio às equipas criativas dos títulos mensais, criar uma história sem texto, contar a história somente através das imagens. Lembro-me que fiquei desiludido, mais pela rapidez com que li a minha dose mensal de títulos que comprava do que por outra coisa. Sei que tenho para ali pelo menos quatro títulos abrangidos por esta iniciativa, New X-Men de Grant Morrison, Spider-Man de Straczynski, Daredevil de Bendis e Exiles de Judd Winick. De memória, só me lembro vagamente dos números de New X-Men e de Exiles.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nos últimos dois anos, temos cá em casa visto vários clássicos do cinema, e temos descoberto alguns clássicos mudos, Aurora de Murnau e Metropolis de Fritz Lang foram os dois que nos marcaram mais até agora, mas poderia alargar o número de títulos de cinema mudo vistos para mais uma dúzia. Chaplin tem um filme sonoro em que descarta o diálogo, por considerar que o som seria coisa de pouca dura. Carreiras terminaram e começaram pelo advento do sonoro no cinema, alguns dos grandes actores do mudo tinham vozes pouco apelativas para o sonoro (Singing in the Rain mostra bem esta mudança de paradigma). A banda desenhada, seja em títulos mensais, em tiras de jornal, cartoons ou graphic novels, tem demonstrado que pode tirar partido da junção entre texto e imagem, mas são muito diversos os exemplos de autores que veiculam a mensagem pretendida ou que conseguem contar a história que desejam usando somente o desenho. Vem-me à mente Quino e os seus cartoons geniais, que tanto usei em aulas. Ando a vaguear entre cinema e banda desenhada, entre cinema mudo e banda desenhada sem texto para falar de Park Bench de Chabouté, uma banda desenhada de 328 páginas que dispensa o texto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8bdNDdFZYQFuBKpVHnBE0xoOj7fygbQMl3ufIvqMyI7rgF5AHy_lBCTs0M4wGw-iaA-5gdDsFK64QNmBIcRnMhwwdSkeWvl0AfouxdY6Zfq0QLYnK28XtOdT-p0nBd5zfQFEM737GrEjS/s1600/095758883.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1126" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8bdNDdFZYQFuBKpVHnBE0xoOj7fygbQMl3ufIvqMyI7rgF5AHy_lBCTs0M4wGw-iaA-5gdDsFK64QNmBIcRnMhwwdSkeWvl0AfouxdY6Zfq0QLYnK28XtOdT-p0nBd5zfQFEM737GrEjS/s320/095758883.jpg" width="225" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comecemos pelo título, li Park Bench, na edição inglesa editada pela Faber & Faber. O título original é bem mais expressivo e poético, Un peu de bois et d´acier; a editora brasileira Pipoca e Nanquim traduziu-o sem dificuldades, Um Pedaço de Madeira e Aço. O título poético original assenta que nem uma luva na história de Chabouté, uma história em que a personagem principal é um objecto, ou o espaço adjcente a este, um banco de jardim. Chabouté conta diversas histórias, através de diversas personagens, o tipo que corre no parque e que usa o banco para os seus exercícios diários de alongamentos, o casal de idosos que partilha um bolo, o sem abrigo que bebe uma garrafa ou dorme no banco e o polícia que o multa e escorraça dali, o cão que micta num dos pés do banco, o trabalhador da câmara responsável pela conservação do banco, a senhora que se senta no banco a ler um livro, entre outros. O banco do jardim, um dos objetos mais simples e recursivo do nosso dia a dia dá-nos a passagem do tempo, temporal e meteorológico, e com ela o quotidiano banal de diversas personagens. A preto e branco, em planos diversos, mais ou menos aproximados do banco, Chabouté usa o desenho e as sombras de forma detalhada e expressiva para contar pequenos quadros de pessoas e animais. A expressão das personagens descarta a necessidade de texto, dei por mim a rir ou simplesmente a sorrir com o humor, a ternura e a exasperação das personagens.</div>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYoh8MvO-SRmeV-KPVKkibtd36MfnZUneHBpxkvZ2JvxEMoMPC5bNFm_Zhjx_TXMdwHAwItRRD9inPwXHR2Q4UTl_1O5Eo87d5zN7syVSLWZM2sz9HfOs6BIMPbuilHx2wfFBd96nv9KA6/s1600/idosos.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1093" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYoh8MvO-SRmeV-KPVKkibtd36MfnZUneHBpxkvZ2JvxEMoMPC5bNFm_Zhjx_TXMdwHAwItRRD9inPwXHR2Q4UTl_1O5Eo87d5zN7syVSLWZM2sz9HfOs6BIMPbuilHx2wfFBd96nv9KA6/s320/idosos.jpeg" width="218" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXFy6E22Wg5oPm4-YefM0Y4y9FR53KpRPsFqZLos-OtRiecim9zHORF2qMjvS7phCQPUfMDVqKsEPZHUwqLBOjMhHunIi3dVV7bBEj4tOUTQw2Y5edtgyVDbpcfSvE6G8zjlD6VhESw-Ll/s1600/c%25C3%25A3o+chuva.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="724" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXFy6E22Wg5oPm4-YefM0Y4y9FR53KpRPsFqZLos-OtRiecim9zHORF2qMjvS7phCQPUfMDVqKsEPZHUwqLBOjMhHunIi3dVV7bBEj4tOUTQw2Y5edtgyVDbpcfSvE6G8zjlD6VhESw-Ll/s320/c%25C3%25A3o+chuva.png" width="226" /></a><br />
<br />
<br />
Park Bench é um título objectivo, mas como já referi, que descarta a poesia do título original, poesia esta que casa bem com o teor da narrativa descrita graficamente. O livro trata da interacção com um determinado espaço, da vida quotidiana, dos pequenos detalhes que a observação das pessoas permite, o livro, como um bom filme silencioso, ganha e transborda o silêncio nele existente, a palavra como forma de comunicação é aqui supérflua, porque a imagem, o traço, o preto e branco e sombras usam o <i>medium</i> da melhor forma possível. "Uma imagem vale por mil palavras" torna-se realidade nesta banda desenhada. O silêncio das imagens tanto pode ser terno, como ensurdecedor, como a realidade transposta, do casal de idosos que partilha os bolos ou doces ao abrir de uma carta que confirma o tumor.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsipeA5uTLu9pySj53qDxjV9KDRPWpm_teOWR_V1rxKuqbwQrwWsxdjm9Z1thKug91bR2wIjK8L98FptKRnXY87_Eziy5YTAx0cFlQRWZcOhek5LW30hC56WbKqbD74Lhs_dVyVoTcrkhv/s1600/conserva%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="548" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsipeA5uTLu9pySj53qDxjV9KDRPWpm_teOWR_V1rxKuqbwQrwWsxdjm9Z1thKug91bR2wIjK8L98FptKRnXY87_Eziy5YTAx0cFlQRWZcOhek5LW30hC56WbKqbD74Lhs_dVyVoTcrkhv/s320/conserva%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="233" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM9B1r3PTRMoDSJ6pBcfLahdU1hyphenhyphen5lvfsmzwyZ3BTriZyPFVzaJodyq-PEgfHp_ELv225swkDfEGqvAb2kikl13VP6JMUaVCbd9onNeyyXruCZJDImMmzJUHK4ymv7WNP2WkAOp2ThEN3c/s1600/sem+abrigo.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="357" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM9B1r3PTRMoDSJ6pBcfLahdU1hyphenhyphen5lvfsmzwyZ3BTriZyPFVzaJodyq-PEgfHp_ELv225swkDfEGqvAb2kikl13VP6JMUaVCbd9onNeyyXruCZJDImMmzJUHK4ymv7WNP2WkAOp2ThEN3c/s320/sem+abrigo.jpeg" width="228" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Park Bench faz o difícil, fazer de um local pelo qual passamos centenas ou milhares de vezes sem atentarmos para o que está à nossa volta a personagem principal, brincando no fim com a alteração de paradigma, o banco é trocado por um outro mais moderno, mas menos ergonómico, menos familiar, menos prático. As pequenas histórias contadas são-nos familiares, expectáveis e redundantes no seu término, o final é recursivo e xaroposo, mas cai como a cereja em cima do bolo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das grandes leituras deste ano. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20px;"><br /></span>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-18045341923070690312020-04-16T07:43:00.002-07:002020-04-16T07:43:33.121-07:00Lost Dogs de Jeff Lemire<br />
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Vou tentar escrever
opiniões curtas sobre algumas banda desenhadas, se conseguir escrever uma por
semana fico satisfeito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
Vou, entre outras coisas, escrever muito sobre Jeff Lemire, nenhum outro autor me cativou nos últimos
anos quanto Lemire. Acho que entrei no universo criativo de Lemire com Animal
Man, na altura gostei, mas não fixei o nome do canadiano, aliás, já li muita da
produção de super-heróis de Lemire e não sou adepto fervoroso, Animal Man e
Green Arrow destacam-se, ainda que não tenha lido nada do que escreveu para a
Valiant, mas foi ao ler Black Hammer que o interesse em Lemire cresceu,
haveremos de ter tempo para falar de Black Hammer, mas o que mais me
surpreendeu e agarrou nesse universo foi a homenagem, conhecimento e amor de
Lemire pelos comics americanos, das diferentes eras, editoras e autores, a
forma como isso é destilado num universo de forma coesa, mas caleidoscopicamente,
surpreendeu-me, ainda que o início tenha exigido de mim algum esforço.
Parafraseando Pessoa, de início estranhei (demorei a perceber a homenagem,
teimosamente encarei a obra inicialmente como pastiche), mas depois entranhei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK19Tfm2lfOCRZMZcDCzTUUHnmZ_qQfaecLvopRWKZnTKGLHgaFUHc_fjmXhsbMcgv8FqOg_rXJPGd8Q792C_HT2iZWqBoTXujYocTBvQwKy1RTy5T7Sz5cnPsMfgMHrmc8AWygMeJ6vBD/s1600/92813105_268682144159580_4903153189078984838_n%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK19Tfm2lfOCRZMZcDCzTUUHnmZ_qQfaecLvopRWKZnTKGLHgaFUHc_fjmXhsbMcgv8FqOg_rXJPGd8Q792C_HT2iZWqBoTXujYocTBvQwKy1RTy5T7Sz5cnPsMfgMHrmc8AWygMeJ6vBD/s320/92813105_268682144159580_4903153189078984838_n%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Lost Dogs é a primeira
obra (auto-)publicada de Jeff Lemire e percebe-se isso. As primeiras doze
páginas foram fruto de um desafio criado por Scott McCloud, desenhar 24 páginas
em 24 horas, o que ficar na página não sai, é um desafio para o criador e
talvez isso explique também o aspecto mais cru e “atabalhoado” desta primeira
obra de Lemire. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">O mais interessante em
Lost Dog é descobrir a génese e criatividade do autor canadiano, já há alguns
dos temas mais caros a Lemire, a família e os seus relacionamentos como base
narrativa, a redenção das personagens, a brutalidade e violência como ambiente
em que as personagens se movimentam. Sendo uma primeira obra, datada de 2005,
consegue-se perceber claramente a evolução narrativa e artística de Lemire. Um
dos pontos fortes de Lemire, e uma das razões porque gosto tanto dele, é a
narrativa visual, a passagem de quadrado para quadrado, a forma como veicula a
emoção e como a história é contada, aqui essa narrativa visual ainda é imberbe,
mas</span> já dá para perceber a competência visual do canadiano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYY6s7pLsqXixrWzTeLx0omw6JRxJMKGOMoTAC5qRTUvOQC2mMKD1K2VN3hY-A90wrqyxnGkcDNVLzKMjyo54vOvuZhM5E74TgCfzVmUOrGu-EMHnN_ZwrOHZUwrkl1VWdeSwD9_mLennX/s1600/92551152_278327386503860_6780434048115632583_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYY6s7pLsqXixrWzTeLx0omw6JRxJMKGOMoTAC5qRTUvOQC2mMKD1K2VN3hY-A90wrqyxnGkcDNVLzKMjyo54vOvuZhM5E74TgCfzVmUOrGu-EMHnN_ZwrOHZUwrkl1VWdeSwD9_mLennX/s320/92551152_278327386503860_6780434048115632583_n.jpg" width="320" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw9ax5Fhl945uYY3NThP0Q1VukLGPkWV4QnyfJnzUNLL9zV5Qiev3iZMx9-2b8Pv7j3VPnhY5qJxA0TVR7DD-MUCr0l70Ub3UQ3_GsQ7SnTpkbgPP-SHgp7Fi3yIoD8Gm-gJ1p5wrKm62g/s1600/93757965_162395788581125_7365545783809658770_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw9ax5Fhl945uYY3NThP0Q1VukLGPkWV4QnyfJnzUNLL9zV5Qiev3iZMx9-2b8Pv7j3VPnhY5qJxA0TVR7DD-MUCr0l70Ub3UQ3_GsQ7SnTpkbgPP-SHgp7Fi3yIoD8Gm-gJ1p5wrKm62g/s320/93757965_162395788581125_7365545783809658770_n.jpg" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Sailor é um “gigante” de
camisola branca e vermelha, um homem feio e rijo, que encontra na sua família o
seu abrigo. Casado, com uma filha e um cão, vive da terra, no campo, onde é
feliz. A história inicia-se com esse retrato idílico e avança com a decisão de levar
a família a passear à cidade. O tipo de maravilhamento presente em Sunrise (Aurora),
a obra prima de Murnau, está presente aqui; mas se em Sunrise Murnau conta a
história de um homem que leva a mulher a passear à cidade antes de matá-la para
consumar uma traição, reencontrando o amor pela esposa, Lost Dogs faz o caminho
inverso, a cidade que reacende o amor em Sunrise é em Lost Dogs a cidade que
termina com a família de Sailor. A observação dos navios leva a um ataque
nocturno, a filha é morta, a esposa é violada e Sailor é brutalmente atacado e
lançado ao mar, rumo a um abismo, maravilhosamente ilustrado na capa.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Resgatado e vendido a um
velho, que o atira para um destino de lutas clandestinas, com a promessa de
revelar-lhe a localização da esposa, Lost Dogs aposta numa narrativa negra (o
preto e branco e o vermelho são as cores usadas, em traço grosso, no estilo - inicial,
é verdade - já inconfundível de Lemire) em que a (des)humanidade das
personagens, a sua imperfeição, a sua luta por redenção (aqui não tão objectiva
como em outros títulos) avançam a trama para o seu desenlace. <o:p></o:p></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span>
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Lost Dogs não é a melhor
obra de Lemire, longe disso, mas como primeira obra é extremamente
interessante, o uso das três cores lembra o uso mais refinado do preto, branco
e azul em The Nobody, a arte é hoje mais fluida, a estrutura das páginas mais
natural e “cinematográfica”. Mas a “voz” e a visão de Lemire já aqui
estão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Faltará a poesia Lemiriana, o
cuidado e atenção ao pormenor, o final mais redentor, como por exemplo em
Roughneck, mas Lost Dogs é um excelente ponto inicial (desculpem a redundância)
para descobrir Lemire.</div>
</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-88928566836990755672020-03-24T08:14:00.000-07:002020-03-24T08:14:20.270-07:00The Big Country <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMJidkcH61RU8iy8DddgAIEEOH3TOPndoBMvAAbbCk3HsBHiNiPqqxHLjvM80opN9XOwbwslVciKsTiV70nrte0GjfYub6NQV9QU0htqtcHKo0Oz21qaGC1McHDulgmtc47Cmd4zr3-3t8/s1600/200px-Big_country833+-+C%25C3%25B3pia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="307" data-original-width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMJidkcH61RU8iy8DddgAIEEOH3TOPndoBMvAAbbCk3HsBHiNiPqqxHLjvM80opN9XOwbwslVciKsTiV70nrte0GjfYub6NQV9QU0htqtcHKo0Oz21qaGC1McHDulgmtc47Cmd4zr3-3t8/s1600/200px-Big_country833+-+C%25C3%25B3pia.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHulratfSr9_tGJxvqkw6uKWO3NL_cxyWLB3InYzvR7s1MR60Q-2xi0gvVVqtoxJVhhunGuoCFX4dzD4oqISYg59FZer_6L8iKjYFcbt8jUtTNISmJqyaLNXlLYjcuQHTMTim6UIaa3GRx/s1600/bigcountry+-+C%25C3%25B3pia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="391" data-original-width="250" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHulratfSr9_tGJxvqkw6uKWO3NL_cxyWLB3InYzvR7s1MR60Q-2xi0gvVVqtoxJVhhunGuoCFX4dzD4oqISYg59FZer_6L8iKjYFcbt8jUtTNISmJqyaLNXlLYjcuQHTMTim6UIaa3GRx/s320/bigcountry+-+C%25C3%25B3pia.jpg" width="204" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
The Big Country é um western de William Wyler, um daqueles realizadores subvalorizados por ter realizado todos os géneros e mais alguns, ser um excelente "tarefeiro", mas sem se dedicar a uma filmografia muito pessoal, com exceção talvez do que filmou no final da década de 1930 e durante toda a década de 1940 (dele são Ben-Hur, Roman Holiday, The Best Years of our Lives, The Letter, Jezebel, Mrs. Miniver, Funny Lady). A verdade é que os filmes, pelo menos os que vi, têm sempre um cunho pessoal, o último plano de Roman Holiday é delicioso, ou então sou eu que estou a tentar ver mais do que lá está, e este The Big Country é uma boa prova disso mesmo, como o plano da luta entre James McKay (Gregory Peck) e Steve Leech (Charlton Heston), para dar somente um exemplo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei se The Big Country é um western ou um anti-western, estão lá todos os temas recorrentes do género, a imensidão do território, a luta por território, os conflitos familiares e humanos numa comunidade, bem como a apatia/habituação dessa comunidade para com esses conflitos, o aparecimento de um estranho numa comunidade, enfim, faltam os índios, mas nem todos os westerns vivem do conflito entre índios e caras pálidas. Mas o filme não dá as cartas da mesma forma que um western dá, talvez porque a personagem de Peck nunca tente ser ou aja como um cowboy, é um marinheiro, com um determinado código e age de acordo com isso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
McKay (Peck) é, então, não só o estranho porque chega a um sítio onde todos se conhecem, mas também pela forma de lidar com os problema que foge à regra, fugindo aos cânones do género. Talvez por isso a esposa, que não é fã de cowboiadas, tenha gostado tanto deste filme, a verdade é que se as temáticas estão cá e o clímax não foge ao usual, o filme balança entre o género e a fuga a este. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A história é simples, talvez demasiado simples para 2h30 de filme, mas a verdade é que o filme não cansa e não perde fôlego. </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8gf3r0ykXdjRIE5R0xnQuzHPvSKM_0KAWKpJ9g__kvo49QT3Ohr8Th57su6EjOgn9495nQsC_jZ28WwDAxSMla3Iv4GPqNSbTxPKbl0nQ3_Zsu9nbPGmsyYulE4TeVYggFoJd7qbtZmru/s1600/p07yhybl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="700" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8gf3r0ykXdjRIE5R0xnQuzHPvSKM_0KAWKpJ9g__kvo49QT3Ohr8Th57su6EjOgn9495nQsC_jZ28WwDAxSMla3Iv4GPqNSbTxPKbl0nQ3_Zsu9nbPGmsyYulE4TeVYggFoJd7qbtZmru/s320/p07yhybl.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chuck Connors, Gregory Peck e Carol Baker</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O oficial James McKay (Peck) chega ao oeste para se juntar à noiva Patricia (Carol Baker), filha de Henry Terril (Charles Bickford), conhecido por todos como Major. A chegada é marcada pelo encontro com o grupo de Buck Hannassey (Chuck Connors), filho do inimigo do Major, Rufus Hannassey (Burl Ives). Mckay surpreende nesse momento, e em vários posteriores, a noiva pela forma como age ou, como na visão dela, não age. A presença deste corpo estranho e das suas idiossincrasias vai levar a mais alguns achaques com Steve Leech (Charlton Heston), o braço direito de Terril, apaixonado por Patricia. Os conflitos então vão-se multiplicando, entre os Terrils e os Hanasseys, com a professora Julie Maragon (Jean Simmons) no meio, dona do terreno cobiçado pelas duas famílias, entre McKay e todos os outros, nomeadamente, a sua noiva e Leech. O final é formulaico, os relacionamentos (as suas indecisões e conclusões) estão à vista quase desde o primeiro momento, mas a dinâmica narrativa e o interesse pelo filme não diminuem por causa disso. Aliás, o o interessante na fórmula está não na forma como é utilizada, mas na forma como resulta e aqui vai resultando porque as personagens são cinzentas, passamos da certeza que um dos lados é o bom, para a certeza que nenhum é perfeito, há uma humanidade espelhada quase antagonicamente entre os homens da família e os seus capatazes, as personagens vão-se dando a conhecer, nas suas qualidades e defeitos, quase como se só pelo olhar de um estranho isso fosse possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Wyler usa o título The Big Country (na versão portuguesa Da Terra Nascem os Homens) como mote para diversos planos que acentuam a vastidão do território, quase tão vasto como a cobiça e desejo humanos que levam aos conflitos narrados. Os planos da visita de McKay a Maragon, da já citada luta, os planos iniciais e finais mostram a vastidão do território. Se o território é tão vasto porque é que causa tantas lutas e amores? Não haverá terra para todos? O elenco é sólido, Gregory Peck e Jean Simmons são eles mesmos, ganham e prendem-nos ao ecrã, Heston faz um raro papel secundário (acho-o sempre ligeiramente canastrão), mas é Burl Ives que se destaca, aliás o carisma e competência de Ives demonstra ainda mais a infeliz escolha de Bickford para antagonista deste, estão nos antípodas um do outro, um é grande, quase que não precisa de abrir a boca para fazer sentir a sua presença, mas quando a abre... é assombroso. Bickford não tem grande presença física, talvez nos convença antes de Ives entrar em casa deste durante a festa, mas a partir daí faz confusão a escolha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjrXKeDFQ45KPdc_cfm3IL5xzkpN0pqGJEsaGcmqSQu_MXxOiXKcr0hSqL154wI8f43aFdgRBwehsVBr7Ok8fVes5N8yST05p_IZCn1q6WgEZJHXHkOo5coj6YX80RGxxoo_I5FiTIdz3W/s1600/6282619_orig.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="853" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjrXKeDFQ45KPdc_cfm3IL5xzkpN0pqGJEsaGcmqSQu_MXxOiXKcr0hSqL154wI8f43aFdgRBwehsVBr7Ok8fVes5N8yST05p_IZCn1q6WgEZJHXHkOo5coj6YX80RGxxoo_I5FiTIdz3W/s320/6282619_orig.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Burl Ives</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Resumindo, talvez não seja um daqueles westerns que nos vem à cabeça, mas The Big Country é um excelente filme, para amantes do género e não só.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYHGPsaGuBxdbMTDBB0UiQAlW_Ryx_6wS8Oo-xZOqvZy9NIgLGRLefrnim0cKw6bql-90loHfZwxcGgfEMrS0sM4CLHtGrJnSHd1q0TaRml_8NibIjY9SaiKTu0934RsAcj6yycUsYRtIX/s1600/Screen-Shot-2017-11-15-at-3.58.21-PM-e1510851871453.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="1000" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYHGPsaGuBxdbMTDBB0UiQAlW_Ryx_6wS8Oo-xZOqvZy9NIgLGRLefrnim0cKw6bql-90loHfZwxcGgfEMrS0sM4CLHtGrJnSHd1q0TaRml_8NibIjY9SaiKTu0934RsAcj6yycUsYRtIX/s320/Screen-Shot-2017-11-15-at-3.58.21-PM-e1510851871453.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Peck e Simmons</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB-tSI0HI7QyOCnI7zwNBMiAoKBQ3ivfoMZ7ucT38-UCUrLH0Ql8p6AzfFZO6fZlxgR3hXlciRHUunPy5GuzkeqseymKrsOXViU9wErN0Kz1CgX77QpPhSp8nPPksTWZ9-zADyO1DkSgm-/s1600/tZ9QGcD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="303" data-original-width="715" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB-tSI0HI7QyOCnI7zwNBMiAoKBQ3ivfoMZ7ucT38-UCUrLH0Ql8p6AzfFZO6fZlxgR3hXlciRHUunPy5GuzkeqseymKrsOXViU9wErN0Kz1CgX77QpPhSp8nPPksTWZ9-zADyO1DkSgm-/s320/tZ9QGcD.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Peck e Simmons</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-5008274633113253462020-03-24T04:11:00.000-07:002020-03-24T04:11:02.922-07:00Dark Clouds, Deep Mercy (III)<div style="text-align: justify;">
A terceira e última parte do livro, Viver com Lamento, tenta fazer algumas aplicações práticas, tanto pessoais (no que à leitura da Bíblia, ao pranto, ao aconselhamento, à confissão de pecados diz respeito) como comunitárias (em funerais, em orações congregacionais, na pregação e ensino, em pequenos grupos, nas questões raciais e na criação de cânticos espirituais).</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"I now believe lamenting together is the church´s calling." p.176</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Tendo em conta tudo o que já foi dito, Vroegop resume o lamento como uma linguagem para perda, uma solução para o silêncio, uma categoria para as queixas, uma estrutura centrada em Deus para "canalizar" os nossos sentimentos, um processo para a nossa dor e um caminho para a adoração.</div>
<div style="text-align: justify;">
Numa ideia, a prática do lamento prepara-nos para dificuldades futuras, já que nos leva por um caminho de restauração emocional e de crescimento espiritual. Como? Dando-nos uma linguagem mais profunda, uma empatia mais verdadeira e profunda com quem sofre, vivendo de forma prática a esperança escatológica que temos e a dependência no Deus soberano, poderoso e salvador em que acreditamos. O nosso louvor e adoração está cheio de vitória, mas afasta o lamento e as lutas por que passamos para segundo ou terceiro plano; sem querermos (e por vezes, conscientemente, também) ignoramos a linguagem presente nos salmos, e também a teologia associada, perdendo uma forma de aliviar e lutar contra as nossas provações e guerras espirituais. Somos mais do que vencedores em Cristo, claro, mas continuamos a passar por dificuldades, dor e espanto, quantas vezes tentamos (eu tento) passar estoicamente por essas situações sem perceber que estou a evitar exercitar e aprofundar a minha fé? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Lament helps us embrace two truths at the same time: hard is hard; hard is not bad" p.189</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A frase batida do livro, que deixei para o fim, "chorar é humano, lamentar é cristão". Confiar em Deus não está em oposição à tristeza profunda, os cristãos lamentam expectativamente, acreditam que a morte e ressurreição de Jesus inaugurou a derrota da morte e do pecado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"You see, Christianity needs competent lamenters. The gospel empowers the followers of Jesus to enter the dark moments of people´s lives. Those who know the story of hope and who believe in God´s goodness can be conduits of his grace. Lament allows us to hear the brokeness around us, weep with those who weep, and walk with them on the long road of sorrow." p.194</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
(Estes pequenos textos valem o que valem, e não dispensam a leitura do livro. A leitura deste em Dezembro foi um autêntico bálsamo e fonte de benção Lendo inglês, aceitem a sugestão).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-43216306269755959632020-03-23T04:35:00.001-07:002020-03-23T11:48:59.828-07:00Dark Clouds, Deep Mercy (II)<div style="text-align: justify;">
A segunda parte do livro intitula-se Aprender das Lamentações e o seu foco é o livro de Lamentações de Jeremias.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"God whispers to us in our pleasures, speaks in our conscience, but shouts in our pains: it is His megaphone to rouse a deaf world". </i></div>
<div style="text-align: center;">
C. S. Lewis</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O lamento não é somente uma expressão de tristeza mas também um memorial, Lamentações mostra-nos uma tensão entre a presença da dor e a soberania de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vroegop dá-nos 3 lições dos primeiros 2 capítulos de Lamentações:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) o pecado é o problema real</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento interpreta todo o sofrimento través das lentes da compreensão bíblica do pecado, a realidade do pecado deve interpretar as nossas dores e sofrimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2) o meu pecado e sofrimento não são os únicos problemas</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Our natural bias is to individualize suffering (...) I need to be reminded that my pain is not the only pain." p. 102</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"More than just providing confort and help in our times of sorrow, the grace of lament helps tune our hearts to the pain of others and to the foundational truths about God and the World. We can lament on behalf of our culture, identifying with the brokeness around us. When leaders fall, scandals shock or unrighteousness reigns, we have a prayer language to embrace the disappointment of casting judgement." p.102</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3) O lamento acorda a alma, aponta-nos para a perspectiva divina</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento é, em certo sentido, uma disciplina espiritual que pode acordar as nossas almas da apatia espiritual. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O capítulo 3 de Lamentações tem como contexto a destruição de Jerusalém e convida-nos à confiança na soberania de Deus ainda assim. Em tempos de Covid-19, é importante não ignorarmos esta verdade, Deus é soberano, tanto na riqueza, como na pobreza, tanto na saúde como na pandemia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vroegop anima-nos, o lamento bíblico é transformativo porque não só dá voz à dor que sentimos, mas também porque ancora o nosso coração às verdades em que acreditamos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento arrisca a esperança quando a vida é dura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Faith is a footbridge that you don´t know will hold you up over the chasm until you´re forced to walk out onto it" </i></div>
<div style="text-align: center;">
Nicholas Wolterstorff p.110</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Lamentations shows us that hope does not come from a change of circumstances. Rather, it comes from what you know to be true despite the situation in front of you. In other words, you live through suffering by what you believe, not by what you see or feel." p.110</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Lament can help you by reharsing the truth of the Bible to preach your heart, to interpret pain through the lens of God´s character and his ultimate mercy." p.111</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento é a oportunidade de expressarmos a tristeza e admiração que sentimos pelas dificuldades e situações tenebrosas porque passamos, ao mesmo tempo que ensaiamos as verdades em que acreditamos. É viver pela fé, mas também a fé que professamos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De uma forma prática, Vroegop dá-nos 4 verdades que Jeremias nutriu no seu coração:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) As misericórdias de Deus nunca acabam (3:22-24)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo no pior dos cenários, Deus é suficiente, mesmo no choro e miséria humana Deus não deixa de ser Deus!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2) Esperar não é em vão (3:25-27) </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esperar no Senhor, biblicamente, é colocar a minha esperança Nele. Esperar é das coisas mais difíceis que podemos fazer porque na realidade não estamos a fazer nada, estamos à espera que Deus faça! Para quem, como eu, gosta de estar no controlo da sua vida, da sua casa, das suas finanças, esperar coloca-me num lugar desconfortável, porque afirma de forma prática que eu não sou o senhor da minha vida!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3) A palavra final ainda não foi proferida (3:31-32)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sofrimento não é o fim, choramos por causa da dor e sofrimento, mas devemos olhar com expectativa para o que Deus ainda trará, esse também é um dos propósitos do sofrimento, olhar para o futuro redentor prometido por Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4) Deus é sempre bom</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há um propósito amoroso, redentor, gracioso e misericordioso por trás de cada lágrima.</div>
<div style="text-align: justify;">
"Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O capítulo quatro da Lamentações ajuda-nos a ver quais são os nossos ídolos. O lamento funciona como um memorial à futilidade de confiar em algo ou alguém além do nosso Deus, trocando por miúdos, as dificuldades ajudam a revelar os nossos ídolos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Sorrow comes from losing one good thing among others... Despair, however, is inconsolable, because it comes from losing an ultimate thing. When you lose the ultimate source of your meaning or hope, there are no alternative sources to turn to. It breaks your spirit."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Tim Keller p. 124</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Em que é que eu coloco a minha segurança e confiança? A dor pode, para além de ser uma plataforma para a adoração, ser também uma forma de me levar ao crescimento espiritual e ao arrependimento. Vroegop faz uma lista de coisas em que tendemos a colocar a nossa confiança, da segurança financeira a pessoas, do desejo de conforto cultural (ignorando a miséria e pobreza à nossa volta) à presunção do favor divino (somos o povo de Deus, Deus estará sempre connosco, essa foi a desculpa do povo para ficar cego ao seu próprio pecado e à graça divina) passando pela tentação de fazermos dos nossos líderes espirituais ídolos. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho desenterrado os ídolos do meu coração? Tenho-me agarrado a eles? Que este seja um momento de refrigério espiritual e de identificação dos meus ídolos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lamentações termina apontando para Deus, sem nos dar o final da história. Não sei se contigo, mas esse facto mexe comigo. O ponto para o autor é o de o lamento ser uma linguagem de reorientação espiritual, a questão é que o lamento não é um passo de mágica - lamenta e tudo será resolvido, não! O lamento não resolve todas as situações e problemas da minha vida, a resposta pode tardar, pode nem ser aquela que eu desejo, mas o lamento é a linguagem de oração para esta realidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A oração por restauração e renovação no final de Lamentações aponta para algo que só Deus pode fazer, mas também para a nossa maior necessidade, estarmos bem com Deus, ou seja, o lamento é a linguagem de quem conhece a história completa, o Evangelho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(continua)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-70725129783171038582020-03-22T10:53:00.001-07:002020-03-22T10:53:26.874-07:00Dark Clouds, Deep Mercy (I)<div style="text-align: justify;">
Os adeptos da teologia da prosperidade olham para a dor como um resultado da falta de fé, dizem eles que Deus não quer que soframos, se determinada pessoa está doente ela pode ser curada, se tal não acontece o problema está nela e não em Deus ou na pessoa que a tenta curar. De uma só vez ignoram todos os textos acerca de Moisés, David e Jesus, para dar somente três exemplos. A fé para estas pessoas é a moeda de transacção para a felicidade e riqueza, a santificação (sem a qual ninguém pode ver Deus) é trocada pela prosperidade material e monetária. Tive em tempos uma conversa com um destes líderes religiosos, que desconhecia a Bíblia de forma atroz, que ignorava na prática o que significa exegese e que usava cada versículo como uma plataforma para uma oratória de cinco tostões ("palavras de poder" no seu entender) que contradizia vez após vez a mensagem bíblica - o importante não era a salvação, mas a sua satisfação material.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ninguém no seu perfeito juízo quer sofrer, mas qual é o papel da dor e do sofrimento nas páginas das Escrituras? Mark Vroegop escreveu um excelente livro,<i> Dark Clouds, Deep Mercy - Discovering the Grace of Lament</i>, sobre isso e especificamente sobre o papel do lamento e das lamentações na vida dos crentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De uma forma geral, Vroegop descreve o lamento como o acto de levar as nossas tristezas e dores a Deus enquanto processamos essas mesmas dores, é sofrer <i>coram Deo</i>, é lamentar, chorar, admirar-se com o que aconteceu/acontece perante Deus, colocando esses assuntos aos Seus pés. Neste sentido, lamentar é unicamente Cristão.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"The practice of lament - the kind that is biblical, honest, and redemptive - is not natural for us, because every lament is a prayer. A statement of faith. Lament is the honest cry of a hurting heart wrestling with the paradox of pain and the promise of God´s goodness."</i> p.26</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O livro de Vroegop foi extremamente importante para mim, em situações que abanaram a minha fé e equilíbrio espiritual, leiam os textos acerca dos elevadores, neste mesmo blog e terão uma ideia. Há coisas que sabemos teoricamente e pensamos que nenhuma situação nos abalará, falava com um amigo acerca de uma verdade simples, aquilo que o pode derrubar não é o que me derrubará obrigatoriamente, quantas vezes olho para as circunstâncias de alguns irmãos e não percebo o que os atormenta tanto, porque determinadas áreas podem ser aquelas em que sou mais forte, e quantas vezes o contrário pode acontecer? Também aqui preciso de maior empatia para chorar com os que choram e rir com os que riem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento é então a oração na dor e em dor que leva à confiança em Deus, o lamento coloca questões como "onde estás, Deus?" e "se me amas, se estás aqui, porque deixas isto acontecer?"</div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento é o percurso da dor à adoração e louvor.</div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira parte do livro usa Salmos de Lamento (1/3 do saltério é composto por Salmos de Lamento) e intitula-se Aprender a Lamentar, de forma prática o autor divide o lamento em quatro acções:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) dirige-te a Deus (Salmo 77)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para um cristão a existência de Deus parece ser a verdade mais básica em que acredita, mas quantas vezes é que na dor e provações agimos como ateus? É nestas circunstâncias adversas que orar, falar com Deus parece ser um exercício impossível. Clamar a Deus no sofrimento é reconhecer a sua existência, ficar em silêncio perante Deus quando se sofre, i.e., ignorar a sua presença e poder, é a maior prova de descrença. O desespero vive da ideia que Deus não se preocupa, não ouve. </div>
<div style="text-align: justify;">
O lamento direciona as nossas emoções, a nossa dor, as nossas questões e dúvidas a Deus, em vez de nos fecharmos em nós e nos mortificarmos em dor e pecado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso fé para vocalizar essa dor, esse espanto, as dúvidas pelas quais passamos.</div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"The biblical language of lament is able to redirect weeping people to what is true despite the valley they are walking through."</i> p.36</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O primeiro passo então é orar, que a minha acção seja linguagem em oração. Deus está presente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2) traz as tuas queixas a Deus (Salmo 10)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O segundo passo é trazer as nossas queixas a Deus, Vroegop escreve que a piedade não é uma forma de estoicismo, sem queixa não há lamento, o sofrimento traz naturalmente ira, negação, desespero, amargura; perante aquilo em que acreditamos acerca de Deus e do Seu poder a alternativa é trazer as nossas queixas, as nossas dúvidas em oração.</div>
<div style="text-align: justify;">
Parafraseando o autor, o lamento é a linguagem de um povo que acredita na soberania de Deus mas vive num mundo de tragédias. Quão importante será nas actuais circunstâncias não perder isto de vista?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso é importante trazer as nossas questões perante Deus - mesmo ou principalmente quando Deus parece distante - não é usual pensar ou achar que Deus parece esconder-se quando sofro? Desta forma as nossas questões devem lidar com o <u>como</u> é que (13:1-2; 35:17; 74:10; 94:3) e por que é que estas coisas acontecem (Salmo 22:1; 44:23-24; 80:12)?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vroegop é assertivo, Deus não somente ouve, como lida com as nossas dores, medos, ira e desilusão, a nossa frustração e queixas são uma oportunidade de nos achegarmos a Deus e não de nos afastarmos Dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"I found that pain made me myopic. It tended to narrow my focus on the sorrow that took over my life. Nothing else mattered (...) With this desperation for relief, it was easy to become preoccupied with the weight of sorrow, the unfairness of life, or the fear of never being happy again. Left unchecked, this could create a self-focused emotional spiral. But as I wrote out my complaints and talked to the Lord about them, it was surprising how they lost their hold on me." </i>p. 51</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O lamento ensina-nos a pedir e confiar, a olhar para a queixa como um caminho para reorientar o meu pensamento e sentimentos; perceber que há uma forma correcta de nos queixarmos é importante, como importante é fazê-lo com humildade, a forma mais simples e segura de o fazer é orar a Bíblia, orar as queixas e dúvidas de servos de Deus e reconhecer que Jesus conhece as minhas dores e dificuldades (Hebreus 4:15). A queixa é um caminho para me aproximar de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3) pede a Deus com confiança (Salmo 22)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O terceiro ponto é para mim um ponto importante, confio em Deus, mas por isso às vezes oro com algum distanciamento, porque coloco as coisas nas suas mãos, sem exercitar muito a minha fé. É um paradoxo, eu sei, mas sou uma criatura de paradoxos. Assim, a petição feita a Deus deve ter como base o Seu carácter e as suas acções passadas, como Deus é e o que Deus fez no passado compele-nos a fazer pedidos corajosos, ou seja, os pedidos são feitos com base em quem Ele é e no que Ele prometeu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"<u>Yet</u> means that I choose to keep asking God for help, to cry out to him for my needs, even when the pain of life is raw(...) Part of the grace of lament is the way it invites us to pray boldly even when we are bruised badly."</i> p.59</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O desespero da dor, em conjunto com o conhecimento do carácter de Deus, leva a pedidos corajosos, a verdade é que oramos de forma diferente quando passamos pela dor e estamos desesperados. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
"It shines a spotlight on our powerlessness to control everything." p.60</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vroegop deixa 9 tipos de pedidos para nos ajudar a compreender melhor este ponto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) Levanta-te, ó Deus (Sl. 3, 7, 9, 10, 17, 74, 94);</div>
<div style="text-align: justify;">
2) Ajuda-nos, Senhor (Sl. 60:11-12);</div>
<div style="text-align: justify;">
3) Lembra-te da tua Aliança (Sl. 25:6);</div>
<div style="text-align: justify;">
4) Que a justiça seja feita (Sl. 83:16-18);</div>
<div style="text-align: justify;">
5) Não te lembres dos nossos pecados (Sl. 51; 79:8-9);</div>
<div style="text-align: justify;">
6) Restaura-nos (Sl. 80:3);</div>
<div style="text-align: justify;">
7) Não fiques em Silêncio, ouve-me (Sl. 28:1-27; 86:6);</div>
<div style="text-align: justify;">
8) Ensina-me (Sl. 143:10; 90:12; 86:11);</div>
<div style="text-align: justify;">
9) Vinga-me (Sl. 35:23-24; I Pd. 2:23).</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Lament is an expansive prayer language"</i>. p.65</div>
<br />
4) confia e louva a Deus (Salmo 13)<br />
Finalmente, o último ponto.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Suffering refines what we trust and how we talk about it."</i> p.71</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A dor pode tornar-se uma plataforma para a adoração, o sofrimento pode levar-nos à confiança. O sofrimento deve-nos levar à confiança permanente, a evitar a passividade espiritual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O salmo 13 mostra lamentações de David baseadas no carácter de Deus, o "mas" mostra isso. A confiança não depende das circunstâncias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Learning to lament is a journey as we discover how lament can provide mercy when dark clouds loom. It is how we learn to sing and worship when suffering comes our way."</i> p.84</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O caminho do lamento não é feito na nossa força, é feito na dependência de Deus, no aprofundar do conhecimento Dele e da confiança Nele. Que nos maus momentos aprofundemos o nosso relacionamento com Deus orando, trazendo as nossas dúvidas e dificuldades aos seus pés para que a nossa fé e confiança aumentem à medida que saboreamos mais da Sua graça e misericórdia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-50261481071090147722020-03-09T13:26:00.003-07:002020-03-09T13:26:53.245-07:00<div style="text-align: justify;">
Chico Bento - Arvorada é mais um excelente título de Graphic MSP. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZlVvHLglM5G4aQlgyZkTNLgJLWoGHt698OClA89gHT_xHYxae0C58yk1TZsZN-QOFUKobNBMDeQPBsRyuWzD_8ihleCM56m3cst-d-TvLbO4LAlNsE4l7bI26KgLv0Mpx_jGn5n72niIZ/s1600/fa5aebe0-874f-4ef7-ae1f-4e0fc4cf608f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZlVvHLglM5G4aQlgyZkTNLgJLWoGHt698OClA89gHT_xHYxae0C58yk1TZsZN-QOFUKobNBMDeQPBsRyuWzD_8ihleCM56m3cst-d-TvLbO4LAlNsE4l7bI26KgLv0Mpx_jGn5n72niIZ/s320/fa5aebe0-874f-4ef7-ae1f-4e0fc4cf608f.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Arvorada segue o relacionamento do caipira Chico Bento com a sua Avó Dita, Orlandeli cria uma trama em que mostra a importância dos laços familiares, da forma como somos moldados e educados pelos que mais amamos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhahuvxANW1ckf2s9EnuHXxl8a-QWB8aeRlhoCihjWeezqqPYMz3Qz6u4ZdmJVtaLwRJCvEwRwn9ObnykUrDABivgWVtROZTDd_LdmbdpgHG8RoZvAxjI1bQug-eExJOVvoT0Y5MewgEFGA/s1600/db0e4f59-a7fe-4300-8ca3-fff1bae38c81.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhahuvxANW1ckf2s9EnuHXxl8a-QWB8aeRlhoCihjWeezqqPYMz3Qz6u4ZdmJVtaLwRJCvEwRwn9ObnykUrDABivgWVtROZTDd_LdmbdpgHG8RoZvAxjI1bQug-eExJOVvoT0Y5MewgEFGA/s320/db0e4f59-a7fe-4300-8ca3-fff1bae38c81.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O livro começa com a Avó Dita a chamar Chico para ver um ipê amarelo em flor, mas Chico troca a visão da árvore por um bolo quente. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxdpJ9PkBngZZdNe78ZbERFUmNxevCpZkXMUsjzBAP_LsmxO_ogiaJkKnVWSBVaXw0Y4iUP9RJtQ-3mKAQPkbdOdoXzd2XZ-8df6KRlcJ6hYB6T1toY4jzEP7Sbj9uY-PmB4BbKZN7eUhg/s1600/40141566-ca6d-4028-adcc-e3223cb806df.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxdpJ9PkBngZZdNe78ZbERFUmNxevCpZkXMUsjzBAP_LsmxO_ogiaJkKnVWSBVaXw0Y4iUP9RJtQ-3mKAQPkbdOdoXzd2XZ-8df6KRlcJ6hYB6T1toY4jzEP7Sbj9uY-PmB4BbKZN7eUhg/s320/40141566-ca6d-4028-adcc-e3223cb806df.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">No dia seguinte, as flores caíram e o momento fugiu. A Avó explica-lhe que precisamos de parar para apreciar a beleza do que nos rodeia enquanto podemos. Num livro em que a vida do campo impera, há pequenos momentos para enxergar a beleza, da pesca ao saborear uma laranja, de nadar pelado no rio ou riacho a apanhar goiabas, mas Orlandeli não nos deixa ignorar os relacionamentos familiares e amizades de Chico Bento.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVr0kuBbETucAzb1hkH9SofWbPlqu3textsBS1SfC_FZ-p0YfgDjdnUF7nzozolM-fU5d6dlQEo11tWjpwhHFdM-lhkNMLvGlNWTJ2O1w4M82WLd-9IHb5kdXczljKn3pbTEs_yoX88s_4/s1600/a8dccaf0-ce02-4c46-92ad-39e7301b259a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVr0kuBbETucAzb1hkH9SofWbPlqu3textsBS1SfC_FZ-p0YfgDjdnUF7nzozolM-fU5d6dlQEo11tWjpwhHFdM-lhkNMLvGlNWTJ2O1w4M82WLd-9IHb5kdXczljKn3pbTEs_yoX88s_4/s320/a8dccaf0-ce02-4c46-92ad-39e7301b259a.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Arvorada lida com a morte ou com a presença desta, com o papel da avó como construtora ou co-construtora da personalidade de Chico, a forma como a família nos ensina, molda e educa. Arvorada é sobre a importância de pararmos e vermos a beleza na natureza, mas também sobre a importância de amarmos os que nos amam e rodeiam, de passarmos tempo com eles. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A simplicidade da vida no campo, o valor das amizades, o medo de perder um ente querido, o amor e a dor, a vida e a morte, tudo é embrulhado numa arte que une o bucólico e o mitológico. Uma singela mas bela história de Chico Belo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0k053jMTit_WTbMOb3LfLywPbehKDjL77yAxRmCaDgcDr5nyi7At_KBfb_KYa-iFOhIxhZOz9W2eq0hkU1-Js5wrgutonKVUyPwzup_qQDoXbL-FgWKObg1zfDKaVsu_0O9V2cl3K0AGc/s1600/58e243b4-d8b0-4a00-b902-981551592813+-+C%25C3%25B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0k053jMTit_WTbMOb3LfLywPbehKDjL77yAxRmCaDgcDr5nyi7At_KBfb_KYa-iFOhIxhZOz9W2eq0hkU1-Js5wrgutonKVUyPwzup_qQDoXbL-FgWKObg1zfDKaVsu_0O9V2cl3K0AGc/s320/58e243b4-d8b0-4a00-b902-981551592813+-+C%25C3%25B3pia.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHt6RWnIRx5R6oSh0EkpiY6cTmL40cWKO-eCbJbvUm5yufWwfGdMuay2M2thMroKp-0DN4ujQvov6k6fo1sROPSLwHeXh4wdwuTA-lH95_hXlw_q9hOHDplFatuFnoezdmLMq18fpO8SwB/s1600/866d598e-2c6e-4211-a6a7-d5a275cc0713+-+C%25C3%25B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHt6RWnIRx5R6oSh0EkpiY6cTmL40cWKO-eCbJbvUm5yufWwfGdMuay2M2thMroKp-0DN4ujQvov6k6fo1sROPSLwHeXh4wdwuTA-lH95_hXlw_q9hOHDplFatuFnoezdmLMq18fpO8SwB/s320/866d598e-2c6e-4211-a6a7-d5a275cc0713+-+C%25C3%25B3pia.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoi4OR4NcqqoSAfuI8vwnQ4Da8LEOlfdfUX44GjIwAW7tlEWpksIMRjlzRKzDC0Fp2FiKQFk3S03Wiv39cMo98oxlcl1s9aUNQz7PvDkB_AVONN8r7s82RlAmha2RrWopEqxjFFfvIhKBg/s1600/59530c73-42b7-4756-9623-8263c0fa59b6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoi4OR4NcqqoSAfuI8vwnQ4Da8LEOlfdfUX44GjIwAW7tlEWpksIMRjlzRKzDC0Fp2FiKQFk3S03Wiv39cMo98oxlcl1s9aUNQz7PvDkB_AVONN8r7s82RlAmha2RrWopEqxjFFfvIhKBg/s320/59530c73-42b7-4756-9623-8263c0fa59b6.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-42701754172736311902020-03-09T12:56:00.000-07:002020-03-10T08:39:21.340-07:00Jeremias - Pele<div style="text-align: justify;">
Graphic MSP é um selo da Editora Maurício de Sousa, publicado pela Panini. A ideia é editar Graphic Novels com personagens da Turma da Mônica para um público jovem-adulto. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTj9cTodeWG5OCeT0S7IpofzOmRH6tLwIPHR4WJHOE9NuceQy5w91DVzQDNe2b3KwvUllANCaYDbtmkPwoZzjjcy387btJVLX-RGXVZsanoGUIRcUs3gRM7i-TLtyKRh-fl4nFtRj_jVSf/s1600/188259d5-16ef-413e-816f-989ad4404367.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTj9cTodeWG5OCeT0S7IpofzOmRH6tLwIPHR4WJHOE9NuceQy5w91DVzQDNe2b3KwvUllANCaYDbtmkPwoZzjjcy387btJVLX-RGXVZsanoGUIRcUs3gRM7i-TLtyKRh-fl4nFtRj_jVSf/s320/188259d5-16ef-413e-816f-989ad4404367.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Jeremias de Rafael Calça e Jefferson Costa aborda a questão do racismo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Jeremias é uma criança que adora uma banda-desenhada específica, o Guardião da Noite, e sonha ser astronauta. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yke1MxTFeOq0VeXWmoIHS7B5FF9L6n8HvgWbwMgXNOCoxmqX9gCgSGXFT4a6cmeFJPRtb4OmiXHI-Gmq9_ivqrdXYYYwmpRRGfCH4Tt6x5vE-FQQsY4inO7qKgdsq1gmeSgOoSw5XhDz/s1600/2cfe897f-4e74-4e5d-b835-1f561b7affe2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yke1MxTFeOq0VeXWmoIHS7B5FF9L6n8HvgWbwMgXNOCoxmqX9gCgSGXFT4a6cmeFJPRtb4OmiXHI-Gmq9_ivqrdXYYYwmpRRGfCH4Tt6x5vE-FQQsY4inO7qKgdsq1gmeSgOoSw5XhDz/s320/2cfe897f-4e74-4e5d-b835-1f561b7affe2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O livro apresenta-nos um Jeremias feliz, no cinema e em casa, num relacionamento cúmplice com os pais, é na escola, quando a professora decide pedir aos alunos que vistam a pele de um profissional e escrevam uma redacção sobre o tema, que os problemas começam. Apesar de negro, Jeremias é um bom aluno, e escrevi <u>apesar</u> propositadamente, porque a professora não vê Jeremias, a sua inteligência, capacidade ou individualidade, a cor de Jeremias impede-a, alguns colegas ligam infundadamente o sucesso de Jeremias ao copianço. A professora distribui as profissões pelos alunos e Jeremias fica com a de pedreiro. É neste contexto que Jeremias vai confrontar-se com a diferença com que alguns o tratam, a cor leva a um tratamento distinto, a uma expectativa negativa. Mais à frente, o pai vai-lhe dizer que <u>porque</u> é negro terá de se esforçar mais, terá de ter mais cuidado no que diz, terá de ser duplamente paciente, duplamente esperto, terá de criar uma casca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF-Di2R5RXwh412a8d-MxZuB3XS4e3486WcniYs0JbBLrUmthuYvVqCEZtMzJtOoRjRyjFMzwItrIJvJhRTRRy5O0f0jduz24DmMmp8Jw8CADMGCHcwD6sUx7zB5qvdQTRrSFxu0Qc0yop/s1600/24df81e0-140a-48e1-87ca-8e2fbafc00af.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF-Di2R5RXwh412a8d-MxZuB3XS4e3486WcniYs0JbBLrUmthuYvVqCEZtMzJtOoRjRyjFMzwItrIJvJhRTRRy5O0f0jduz24DmMmp8Jw8CADMGCHcwD6sUx7zB5qvdQTRrSFxu0Qc0yop/s320/24df81e0-140a-48e1-87ca-8e2fbafc00af.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jeremias - Pele é uma obra maravilhosa pela forma directa mas também terna (relativamente ao tratamento das personagens principais) como relata o racismo em diversas ocasiões, a moça que não se senta no autocarro porque o único lugar vazio é ao lado de Jeremias, o pai de Jeremias que é mandado parar pela polícia só porque é preto; a reacção do pai, tentando explicar ao filho como reagir, mas que falha no tom ao reviver a sua experiência. O traço de Jefferson Costa traduz os sentimentos das personagens (a confusão, a ira, a estranheza, a decepção, a tristeza, a abnegação) de forma única e competente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoYr6kCN9t1ijSjS5pel-FUJlEkbBe7ABmWOI_7oEXQVJ5pTryZ9aIzw73xsDyjKgkf63VI68bPB3Nm_cft202L4UncNaStgkib78Uo-5znMjLzYDgyW4IGh5TbOwMQhbmvYDiYZ7BdQqD/s1600/67e4c946-81f7-4630-84dd-00367d947dcc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoYr6kCN9t1ijSjS5pel-FUJlEkbBe7ABmWOI_7oEXQVJ5pTryZ9aIzw73xsDyjKgkf63VI68bPB3Nm_cft202L4UncNaStgkib78Uo-5znMjLzYDgyW4IGh5TbOwMQhbmvYDiYZ7BdQqD/s320/67e4c946-81f7-4630-84dd-00367d947dcc.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjliryFmlApQmLbw1mxOTHyqf1z3CzpRUILZtTBKtPr7qiHgT4dsQrXNwtkjBdmb0kaS0dI8JIbYOxZ6LWXRZUGehRShwe3lHKRcqzFZ2mPgO36VH9gOOfTlPO2d5ti6VT8KtjN7UaXyMR8/s1600/6775730d-7165-4d4d-bad9-3abe1fe5b695.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjliryFmlApQmLbw1mxOTHyqf1z3CzpRUILZtTBKtPr7qiHgT4dsQrXNwtkjBdmb0kaS0dI8JIbYOxZ6LWXRZUGehRShwe3lHKRcqzFZ2mPgO36VH9gOOfTlPO2d5ti6VT8KtjN7UaXyMR8/s320/6775730d-7165-4d4d-bad9-3abe1fe5b695.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Há uma imagem que me fica, entre tantas, Jeremias a olhar para o lápis e caderno, que percebemos serem materiais que lhe são queridos, e o desenho mostra-os com um tamanho maior do que o normal, o que lhe é pedido pesa na criança que é e transtorna as suas paixões. Quantas vezes isto acontece na escola? </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY72aeS7hrmTeAOgmX_sG8lpmwtlCLqCD4tTZjTsPIMCNnPQzVK37Qj6w3XFm56-s7NyrWgdjKMkNdNVBU3OKGw42hIU0BS6-M9-DnS03lN5McnF_W9ZBWr3IyZ1ihLfK18FupQdTmye05/s1600/6432e858-d2f8-4b0c-9278-5d787ff58bd9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY72aeS7hrmTeAOgmX_sG8lpmwtlCLqCD4tTZjTsPIMCNnPQzVK37Qj6w3XFm56-s7NyrWgdjKMkNdNVBU3OKGw42hIU0BS6-M9-DnS03lN5McnF_W9ZBWr3IyZ1ihLfK18FupQdTmye05/s320/6432e858-d2f8-4b0c-9278-5d787ff58bd9.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Jeremias é instado pelo pai a criar uma casca, a banda desenhada mostra a importância da pele em contraste com a casca; a vergonha, a confusão, o medo, a coragem, o orgulho de Jeremias mostram como a pele é mais dorida e corajosa que a casca; Jeremias quer ser quem é apesar da visão que outros tenham da sua pele, é um caminho longo e doloroso, mas ele está disposto a lutar por isso!</div>
<div style="text-align: justify;">
Jeremias - Pele é uma obra genial pela forma como agarra o racismo pelos cornos, usando exemplos vividos próprios autores, Pele é realista, experiencial e o tom que adopta é fulcral no sucesso da história, a BD é usada em toda a sua força, com argumento e arte incisivos numa sinergia única.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Altamente recomendado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GNpE9EQcT0zG6QodkHP2sY5U1CDCjn-TsFiA11OcXP33d7ruJQsG5Ll0dY7jcmOVyW70sGOiWoREh4ZIlCY0K5Ng60K77AAqLP4gn5PmcWh6DzsuJja_xyjCmm88v3zWTFuU0GjtcHfS/s1600/9e4423d7-dad8-4154-bbd3-b2de2bd80515.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GNpE9EQcT0zG6QodkHP2sY5U1CDCjn-TsFiA11OcXP33d7ruJQsG5Ll0dY7jcmOVyW70sGOiWoREh4ZIlCY0K5Ng60K77AAqLP4gn5PmcWh6DzsuJja_xyjCmm88v3zWTFuU0GjtcHfS/s320/9e4423d7-dad8-4154-bbd3-b2de2bd80515.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-89023706193792562522020-02-17T07:27:00.000-08:002020-02-17T07:27:14.672-08:00Dersu Uzala<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_8TC_OfFDajKKv_ynyhsPYyeyfnV1rBLMkPnUQ21zLrfDEsgNXBwN-L3_jec9BdfWdu_e3iB9fmpbV3xw5cTvKkxtulCGLFX0FlcxdnsoBmVrZlOW8srJ8z1bYo1mpZgLsr6sVTInKbfN/s1600/Dersu_Uzala.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="211" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_8TC_OfFDajKKv_ynyhsPYyeyfnV1rBLMkPnUQ21zLrfDEsgNXBwN-L3_jec9BdfWdu_e3iB9fmpbV3xw5cTvKkxtulCGLFX0FlcxdnsoBmVrZlOW8srJ8z1bYo1mpZgLsr6sVTInKbfN/s320/Dersu_Uzala.jpg" width="225" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Um filme russo escrito e realizado por um japonês? Após um falhanço comercial (Dodeskaden) no seu Japão natal e das dificuldades consequentes em financiar os seus próximos projectos, que o levou quase ao suicídio, Kurosawa vai filmar Dersu Uzala à União Soviética, com promessas de total liberdade para o fazer.</span></div>
<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><div style="text-align: justify;">
O resultado é uma obra-prima, vencedora do Óscar para Melhor Filme Estrangeiro em 1976.</div>
</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5GD_m28QYL6MUqBC7ADZhbI05rMS1f5vhd88Q74vZL5Habmvmuw-Dbinzxfs5uoQrnHmb2CpXmgieASPiO7yW3d_jOhvqCdSbo16uW7a2wkHa22SY6Bfb6iZQjBiiXFQjor_6YywV4Ra/s1600/dersu-uzala-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="258" data-original-width="610" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5GD_m28QYL6MUqBC7ADZhbI05rMS1f5vhd88Q74vZL5Habmvmuw-Dbinzxfs5uoQrnHmb2CpXmgieASPiO7yW3d_jOhvqCdSbo16uW7a2wkHa22SY6Bfb6iZQjBiiXFQjor_6YywV4Ra/s320/dersu-uzala-1.jpg" width="320" /></a></div>
<br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">O filme é a adaptação de um livro de aventuras biográfico, que Kurosawa leu em </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">adolescente e que tentava adaptar há anos, conta a história da amizade do capitão Vladimir Arseneiev, explorador nas regiões da Sibéria, com Dersu Uzala, um mongol, habitante da estepe. Um representante do mundo moderno aprende, surpreende-se, é discipulado por um velho que vive na e da natureza. O relacionamento entre os dois é o relacionamento entre mestre e discípulo, uma lição “ecológica” e humanista, Arseneiev aprende o estilo de vida de Dersu, que vive do que a natureza lhe dá, que a respeita, que fala com os seus elementos, os soldados riem quando o velho mongol fala com o fogo, o vento ou com o tigre, tudo na natureza é um ser com quem se pode dialogar. Mas um homem que mais do que modificar a natureza pelas suas necessidades, a usa em equilíbrio, e a sabe ler, Dersu vai ser importante para o grupo de homens ao saber quando o nevoeiro se levanta ou quando a chuva pára, um ser que vive à mercê da natureza sabe lê-la para sobreviver, não é apanhado desprevenido. O respeito pelo próximo está presente, por exemplo, na cena em que fabricam uma casa para se abrigarem, mas que deixam para outros, Dersu faz questão de deixar sal, comida e fósforos para o “outro” que por ali possa passar.</span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><div style="text-align: justify;">
Kurosawa filma a estepe, a paisagem agreste e natural como ninguém, a cena em que os dois se perdem e são apanhados pela noite e pelo vento frio e em que rapidamente criam um abrigo é paradigmática, com a luz natural a desaparecer, mas continuamos no jogo de sombras e luz presente em todo o filme. Kurosawa filma os elementos naturais como ninguém, é comum na sua filmografia a presença destes na narrativa, não como algo que acontece, mas como movimentos narrativos, aqui não foge à regra.</div>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtIvb9lLzH71QpzXkiqIWdvSuxaWhwBRiI-GmOvfWco-wm5ACjg1uXMR9dmKGw3FtYiJj6tdFiQ2SWQgs0lX4OgLg7mAX8lpFVKrpWaENDcsuPLH3Hs443w_Lq7uQNOhqhFYCsGA63y6zN/s1600/dersu-uzala.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="724" data-original-width="990" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtIvb9lLzH71QpzXkiqIWdvSuxaWhwBRiI-GmOvfWco-wm5ACjg1uXMR9dmKGw3FtYiJj6tdFiQ2SWQgs0lX4OgLg7mAX8lpFVKrpWaENDcsuPLH3Hs443w_Lq7uQNOhqhFYCsGA63y6zN/s320/dersu-uzala.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNFPn8NCbFS579b3d0V_gkKA0arhclp57gQzR6neqxqSkvdRbQHVP3tvNA4kCZ5STsLW4mISAsPlnyS5yN4I1U7LB03RGJLCi7NXxtJJBn1_VmVXuUAwl5el_sBx8fOupQefO3iexFItCt/s1600/unnamed.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="512" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNFPn8NCbFS579b3d0V_gkKA0arhclp57gQzR6neqxqSkvdRbQHVP3tvNA4kCZ5STsLW4mISAsPlnyS5yN4I1U7LB03RGJLCi7NXxtJJBn1_VmVXuUAwl5el_sBx8fOupQefO3iexFItCt/s320/unnamed.jpg" width="320" /></a></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<div style="text-align: justify;">
Kurosawa filma as aventuras debaixo da ideia de que há um mundo a desaparecer, mais do que o mundo natural, é o mundo daquelas pessoas, o mundo interior, humano, social, animista que desaparece.</div>
<div style="text-align: justify;">
O filme termina com a morte de Dersu, incapaz de viver fechado em quatro paredes, incapaz de se adaptar à ausência da natureza numa grande cidade, Dersu sucumbe à ganância humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Poucas vezes se filmou a amizade desta forma, por agora, o meu filme favorito de Kurosawa, deixando Os Sete Samurais em segundo lugar!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqrLUuubwuBo0D-6r32X253SRkT2rUUWi_Kd66NQUiY_sOx1t-7yxWJ1IgI66hyNRgnR3I8XYe8aS4ZR-kZFLdUo_1PT1_H28-CbLKR0KaKVrYI8DyuwL_PSygxgx51TDM40JYr2YhTBJE/s1600/1_qW9Z5OH69szEJtvxzarPPA.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="253" data-original-width="582" height="137" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqrLUuubwuBo0D-6r32X253SRkT2rUUWi_Kd66NQUiY_sOx1t-7yxWJ1IgI66hyNRgnR3I8XYe8aS4ZR-kZFLdUo_1PT1_H28-CbLKR0KaKVrYI8DyuwL_PSygxgx51TDM40JYr2YhTBJE/s320/1_qW9Z5OH69szEJtvxzarPPA.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-38158597678686325422020-02-04T06:28:00.001-08:002020-02-04T06:28:29.399-08:00The Third Man<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Li O Terceiro Homem de Graham Greene há mais de 20 anos, não sei se o sentimento que me deixou (acho-o mediano e o final expectável) foi resultado da qualidade do mesmo ou de desilusão ao lê-lo após O Fim da Aventura (esse sim foi uma revelação).</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que já vi parte do filme posteriormente, mas sem grande atenção, a atenção que merece.</div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Na Viena pós Segunda Guerra Mundial, Martins tenta descobrir a verdade sobre a morte de Harry Lime, com quem se ia encontrar, tentando desco<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">brir quem é, se é que há, o terceiro homem na cena do crime de que ouviu falar.</span></div>
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O que me interessa menos em O Terceiro Homem é a trama, o que não quer dizer que esta não esteja bem urdida, que o mistério que se desvela seja essencialmente uma história de ambivalente moralidade, por parte de todos os protagonistas. Anna ama Lime apesar da sua natureza e práticas, Martins cai por Anna apesar dos sentimentos desta por Lime, e Lime está morto e nunca amou ninguém senão ele mesmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O que realmente me cativou foi a ambiência, a profundidade do preto e branco, a banda sonora (Anton Karas), o negro e as luzes, os planos citadinos e subterrâneos, as sombras, as vozes, o gato, o belíssimo plano final, sem palavras, em que Anna caminha na direcção de Martins.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E não, não vou, como a esposa pressagiou, demorar muito mais tempo a escrever sobre esta obra de Carol Reed. Se me parece que o filme conta a história do livro homónimo, conta-a de forma superior àquela que me lembro de ter lido e isso é culpa do realizador. O estilo, a cromática, a música, a ambiência tudo isso faz de O Terceiro Homem um grande clássico. E depois há as cenas icónicas, a cena final, a fuga final, e outras mais que não descrevo para não tirar prazer a quem veja o filme pela primeira vez.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Há quem lhe tenha chamado o melhor filme britânico de sempre. Vejam-no e tirem teimas.</span></div>
</span><br />
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/gNq7_uPZXY4/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/gNq7_uPZXY4?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-61131972524709121222020-02-04T06:25:00.000-08:002020-02-04T06:25:26.988-08:00Blackkklansman de Spike Lee<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb6nq_xcIR_-9VcXiWg8oigxdQ4Ff80lKvW-JtQYVofVFt3OEPvpsMu3Yk0t-PHAPLacUIkxNcRAUyHg1sr42-t1TSoy4jYSJWL0CILs9eecjDAcHTrt3zO-EBwHXyoJRb_EfIbIxRMXkB/s1600/transferir+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="273" data-original-width="184" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb6nq_xcIR_-9VcXiWg8oigxdQ4Ff80lKvW-JtQYVofVFt3OEPvpsMu3Yk0t-PHAPLacUIkxNcRAUyHg1sr42-t1TSoy4jYSJWL0CILs9eecjDAcHTrt3zO-EBwHXyoJRb_EfIbIxRMXkB/s200/transferir+%25282%2529.jpg" width="134" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
Blackkklansman de Spike Lee conta a história de Ron Stallworth (John David Washington), o primeiro polícia negro de Colorado Springs, que consegue "infiltrar-se" no Klu Klux Klan, na década de 1970, sendo negro e havendo vontade da organização em conhecê-lo é o detective Flip Zimmerman (Adam Driver) que toma o seu lugar, mantendo-se Ron como a mente e voz por trás da infiltração. A voz é motivo para várias piadas ao longo do filme, porque os supremacistas acham que conseguem identificar um negro seja pela voz, seja pela forma de falar.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfDhj6-xTRfkdJyaKaL2DX15dUODHMru4w0DeWB9d0iswlU6geFNoXI6tETCCKA86MDt4On6KsTX47yRE6BcGAqoPF0XDPmYqaBnbBy5IwPaTQy2bCrMbUiFpcE8Rfk9qF6PXNWMTgdrrZ/s1600/transferir+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="163" data-original-width="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfDhj6-xTRfkdJyaKaL2DX15dUODHMru4w0DeWB9d0iswlU6geFNoXI6tETCCKA86MDt4On6KsTX47yRE6BcGAqoPF0XDPmYqaBnbBy5IwPaTQy2bCrMbUiFpcE8Rfk9qF6PXNWMTgdrrZ/s1600/transferir+%25281%2529.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Spike Lee realiza um filme sui generis na forma como trata a história, há uma série de coisas habituais em filmes sobre racismo que Lee não faz, há um caminho que acaba por não percorrer e o filme não perde com isso, pelo contrário. O que quero dizer com isto?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao terminar o filme pensava em Mississipi Burning que revi há uns meses, filme sobre crimes raciais, em que o background de criminosos e polícias é escalpelizado, há uma atenção à descrição da maneira de pensar, da "racionalização" por trás do racismo na mente do racista, o Sul racista é-nos tanto apresentado como definido. Mesmo The Green Book parece-me mais formatado, tanto na escrita, como nos momentos de humor, é mais expectável. Ora, Spike Lee perde algum tempo com a descrição psicológica das personagens, maioritariamente através das imagens, cabe ao espectador defini-las, mas não perde tanto tempo com a explicação do acto, antes filma-o em diversas nuances, há o racismo para com negros, mas também contra judeus, há o racismo explícito, mas também o velado, há o racismo presente nas forças policiais, mais ou menos tolerado ou esperado, mas há a presença também de membros do KKK no Governo ou em outras diversas instituições. Lee parece querer equilibrar o retrato da luta contra o racismo dando mais tempo de antena à cultura e luta negras, há uma apresentação e discussão dos filmes de black explotation, há discussões acerca das diversas formas de luta possíveis...</div>
<div style="text-align: justify;">
Lee usa o cinema, bem como a história do cinema, para contar a sua história, e usa The Birth of a Nation para ilustrar o êxtase do racismo. O cinema vende, mas também doutrina, e aqui Lee parece querer mostrar que pode usar o cinema de forma aparentemente menos doutrinária e dar-nos um filme que escorregando para a comédia, lida com assuntos tão divertidos como violência policial, racismo, abuso de poder, e fá-lo de forma objectiva. Ao nos dar uma história dos anos 1970 e terminar com imagens de 2017, Lee parece dizer que a realidade pouco mudou, que os problemas raciais continuam na ordem do dia. Não precisamos neste sentido de ver o que já vimos vezes sem conta, não precisamos de ser doutrinados, precisamos somente de abrir os olhos, que pode ser assustador, e agir. Aliás, a vitória de Ron dura muito pouco tempo, as pressões são diametralmente opostas ao tamanho das vitórias, a cultura, o respeito pelo outro, as mudanças demoram tempo a consolidar-se. Farto de pregar isto, Lee dá-nos uma história que fica a ressoar.</div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX27zgPfiG0A20Ll0DdTyGbtddDmu5GcVkhkVLVHZu5dmyLaTLvV6q8eYIFBmH5xzBgzzIJQ7we5NMBpPEzyNWPzdjWwPE6FYeXjjRWqbbtHghsNydyDWl0-ceGc_2CBwK4qrxpf9Lfnc0/s1600/transferir.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX27zgPfiG0A20Ll0DdTyGbtddDmu5GcVkhkVLVHZu5dmyLaTLvV6q8eYIFBmH5xzBgzzIJQ7we5NMBpPEzyNWPzdjWwPE6FYeXjjRWqbbtHghsNydyDWl0-ceGc_2CBwK4qrxpf9Lfnc0/s1600/transferir.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
(Ando para aqui a remoer um texto sobre o humor em dois filmes de guerra, Stalag 17 e The Great Escape, e é difícil fugir à discussão do papel do humor neste filme, de que forma o humor transforma o modo como recebemos o filme no seu todo? Sem humor este filme seria bastante diferente. Lee está a rir dos racistas? Está a dar-nos uma visão, humana e ainda assim optimista, da luta racial?)</div>
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-35345300121711390212020-01-27T03:52:00.000-08:002020-01-27T03:52:22.334-08:00Brevíssimas de Cinema<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Tenho definitivamente um problema com Jordan Peele.</span><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Não consegui ficar fã de Get Out por considerá-lo uma cópia de Skeleton Key, a ciência é trocada pela magia e o enfoque no racismo é mais vincado no filme de Peele, por isso, o final deixou-me um sabor acre na boca. O que me parecia original afinal revelou-se uma repescagem.</span><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">US parece-me um filme superior em tudo ao anterior, boas interpretações, uma banda sonora apelativa, sentido de humor negro, uma visão cáustica da cont</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">emporaneidade, o mistério e a estranheza da narrativa, mas o final quase que deita o filme abaixo, é preguiçoso, não faz sentido e, em vez de me surpreender, confirmou-me as dificuldades que tenho com Peele, aprofundadas com os três episódios de Twilight Zone que vi e que me levaram a rever os originais.<br />Peele faz da raça tema de filmes de terror, o que é salutar, e fá-lo de forma interessante, incomodando o espectador, fazendo-o duvidar da realidade que vê, mas a forma como termina as narrativas irrita-me, parecendo querer puxar um Shymalan a cada momento diminui a qualidade do que criou até aí.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Gostei menos de The Marriage Story do que esperava, o contexto e determinados aspectos narrativos pareceram-me demasiado americanos, explicito, o contexto legal e litigioso é demasiado americano e quase que se torna o centro do filme - tirem os advogados e digam-me com o que ficam. Adam Driver é majestoso na interpretação. Num filme de actores (Liotta e Dern estão excelentes, ainda que me pareça que as personagens são serão do mais complicado que tenham representado, e para ser mais divisor, Scarlett Johanson não me convenceu) ele brilha com fulgor. Não vejo Kramer contra Kramer desde a década de 90, mas parece-me um filme mais equilibrado, realista e objectivo acerca do divórcio. É capaz de ser fruto de anos e anos a ver Bergman, Allen e outros a escreverem e realizarem filmes superiores sobre divórcios e relacionamentos conjugais.</div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
The Two Popes é também um filme de actores, mais entradotes, em que a interpretação, nomeadamente a de Hopkins, pode ser vis<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">ta mais como envelhecimento do que como arte. O passado de Bergoglio é mais escalpelizado, o de Ratzinger fica-se pela crítica fácil da opinião pública. O gelo germânico e o à vontade sul-americano entram em choque, tanto nos costumes e hábitos, como na visão teológica e nos relacionamentos.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">Num filme com tanto para me desinteressar, Two Popes surpreende pelo sentido de humor e definição psicológica das personagens. Um estudo sobre as diferenças entre estes dois homens. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Um católico dos 7 costados poderá ter bastantes mais problemas com a narrativa do que eu!<br /><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIeAhZgCd_2OipmVRoyjQsYzG9qXo6TbGArpFmFoUe6jHQUNt9gCxgtZzLQ8De_4F603twS2x8h75bnvVATdlG4PLnIYpO4Z46-zD5mec1WGKunhuxk8XxANNeJWr8rKrSylXcHLdZheKE/s1600/2popes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIeAhZgCd_2OipmVRoyjQsYzG9qXo6TbGArpFmFoUe6jHQUNt9gCxgtZzLQ8De_4F603twS2x8h75bnvVATdlG4PLnIYpO4Z46-zD5mec1WGKunhuxk8XxANNeJWr8rKrSylXcHLdZheKE/s1600/2popes.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFAHzeC05dItdBE2CixNgOVGPIFaTP6IcszjhEmjiEU4akEDUj6dc7b3xJvw4TmsWwfsGxo6IVjicEJ8xKf1L9IpuK9cAOuQY2_jh5OkhzeB4TjcL3t_pOcJJh3YPub4UabaAmcigO0_cO/s1600/112.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFAHzeC05dItdBE2CixNgOVGPIFaTP6IcszjhEmjiEU4akEDUj6dc7b3xJvw4TmsWwfsGxo6IVjicEJ8xKf1L9IpuK9cAOuQY2_jh5OkhzeB4TjcL3t_pOcJJh3YPub4UabaAmcigO0_cO/s1600/112.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4ygFyGieTIzFzZN1kRTlcIEaSGe3I41u7hQa197AyCb417MzAFHY3PdyZH-R4Xse8XaUbpr4_JRoM_L7ZpcyIXG5XclsVAkPu1pySXlq_cw8URQHrErshUgezIc0ne20KwjLXSsuuxWd-/s1600/us2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4ygFyGieTIzFzZN1kRTlcIEaSGe3I41u7hQa197AyCb417MzAFHY3PdyZH-R4Xse8XaUbpr4_JRoM_L7ZpcyIXG5XclsVAkPu1pySXlq_cw8URQHrErshUgezIc0ne20KwjLXSsuuxWd-/s1600/us2.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZSSaNVbt-tTBfDAAOrwtdT5_5JG2w-w4wPHzDQNRDTcaOYo-XCTUGPdkIwT-OR3tfwGKlABCMpY93ZNo4vjHWVPmylpeSCVI5qokwcFz8Nx22Bl0PYWeyOjJCwtFMiiLv_2O0tdhkhlOz/s1600/us.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZSSaNVbt-tTBfDAAOrwtdT5_5JG2w-w4wPHzDQNRDTcaOYo-XCTUGPdkIwT-OR3tfwGKlABCMpY93ZNo4vjHWVPmylpeSCVI5qokwcFz8Nx22Bl0PYWeyOjJCwtFMiiLv_2O0tdhkhlOz/s1600/us.jpg" /></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-61017043481517021642019-12-02T04:17:00.001-08:002019-12-02T04:17:18.828-08:00Coisas que tenho feito/aprendido com o caso dos elevadores<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
- falei mais com os meus vizinhos durante estas duas semanas do que nos últimos anos;</div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
- tenho tido oportunidade de, brevemente, falar daquilo em que acredito;</div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
- o Trono da Graça está ocupado, há coisas que eu não posso fazer, como dizia um amigo, não te gastes com o que Deus não te chama a fazer, ou seja, não te desgastes com a mania de que és Deus. Deus é soberano, eu não.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
- quão produto inacabado ainda sou, esta situação tem-me mostrado quanto em algumas áreas a minha fé e confiança ainda não é o que eu desejaria que fosse. Se depender da minha força e vontade não é grande fé, certo?</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
- a ansiedade corrói as estacas da confiança, consciente ou inconscientemente. Uma dos meus versos preferidos ajuda a manter a calma, A cada dia o seu mal. A ansiedade tende a integrar todas as possibilidades e semanas de um calendário num momento interminável vivido ao longo de dias...</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
- a minha mente tende a elencar planos, hipóteses, realidades paralelas, planos de vingança ou situações em que um dos actores poderia ter agido de forma diferente. Esta vida mental tende a ter um papel real no meu dia a dia, mas falso na resolução de problemas e na dependência divina.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Deus me ajude, em nome de Cristo e pelo Seu Espírito.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-43061389319868999072019-11-22T08:13:00.000-08:002019-11-22T08:13:05.851-08:00Elevadores, ansiedade e oração<div style="text-align: justify;">
A semana passada cheguei a casa para me deparar com uma carta da empresa de elevadores, enviada a todos os condóminos, com uma dívida alta, a ameaça de um processo e o desligamento dos elevadores.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já tinha a percepção de quão fraca é a empresa de administração, mas esta foi a gota final. Passei o sábado ansioso, contra vontade. Um bom protestante tem na confiança em Deus um dos seus garantes, mas a mente e a tensão teimaram em estar activos. </div>
<div style="text-align: justify;">
No domingo, transmiti a alguns irmãos o assunto e pedi que orassem por isso, a ansiedade ficou em segundo, ou terceiro, plano. </div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda-feira, fui à administração, a pessoa que estava ao balcão recusou-se a responder às minhas questões, telefonei para a administradora, a chamada foi recusada algumas vezes, enviei mensagem, sem resposta. Fui aos julgados de paz, informei-me sobre algumas coisas que poderia fazer e marquei uma reunião informal com os condóminos para o dia seguinte. </div>
<div style="text-align: justify;">
Com alguma surpresa minha, cerca de metade do prédio esteve presente, avançámos numa série de propostas e dividimos tarefas por algumas pessoas. Ontem, dirigi-me à empresa de elevadores e apresentei o caso, tendo sido muito bem recebido, compreendido e saí animado com a conversa e promessas recebidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O foco do texto não é isto que acabei de escrever, este preâmbulo todo pretende apresentar somente o contexto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo a ser ansioso por natureza, mas nos últimos anos tenho conseguido confiar e depender mais na soberania, sabedoria e graça divinas. Passámos enquanto família por períodos mais complicados financeiramente falando, mas não só, e aprendemos a confiar, nunca nos faltou o pão nosso de cada dia, nem o que vestir, isto tem-me ajudado a valorizar o dinheiro de uma outra forma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sistematicamente, a noção de que Deus cuida de nós (se cuida dos pardais, se veste os lírios do campo...) está cristalizada, li diversas passagens ao longo desta semana, algumas conscientemente, outras vieram à nossa presença sem estarmos à espera, mas todas motivaram-nos para confiar em Deus. (Lucas 17: 5,6; Lucas 22: 24-27; Lucas 18:1-8; Tiago 1:2-8, Salmos 59, 61) Como é que eu vivo aquilo em que acredito quando a mente e o coração tendem a não repousar nas promessas?! Tive de lutar contra o meu eu diversas vezes, pregando a palavra a mim mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Houve duas lições que me marcaram esta semana:</div>
<div style="text-align: justify;">
1) lembra-te de que as provações devem produzir perseverança e fé! O foco ao passar por dificuldades deve estar no alto e não no meu umbigo. Confiar, depender, orar, esperar em Deus, uma das conclusões que partilhávamos no culto familiar era de que o zelo e foco da oração e da esperança devem ter a mesma força em tempos de tribulação e em tempos de bonança, i.e., confiei de forma prática e constante esta semana, o desejo é que isso continue quando aparentemente não tiver problema algum. Quantas vezes me esqueço de viver Coram Deo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, recordar perante os problemas e ansiedade presentes o cuidado passado de Deus para comigo. Faz sentido ser animado por Deus à 3ª Feira e desesperar à 4ª Feira? Se Deus demonstra que está a agir, confia...espera Nele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2) apesar de confiar na oração, por vezes esta é pouco mais do que um ritual místico, a que dando importância a retiro pelo forma como o faço. Explico, confio no Deus a que oro, mas por vezes a oração é mais uma forma de cumprir essa fé do que de viver essa fé. Tendo a ter cuidado com a forma como oro, o ónus está em Deus e não em mim, e isso por vezes retira-me a fé de que Jesus tanto fala, (Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á; se tivessem fé ordenariam a esta amoreira que se plantasse no mar e ela iria!). Esta semana orámos com fé, pedimos por coisas específicas, conscientes de que a Sua vontade é soberana e que Dele dependemos. Os Salmos que temos lido em família indicam-nos que as provações e problemas são uma realidade comum, mas que temos liberdade para pedir por livramento e acção de Deus por nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, é bom saber que somos um corpo, é bom saber que há pessoas que oram por nós e se vão mantendo em contacto connosco, ferro que afia o ferro, gente que carrega os fardos dos outros, esta semana sustentei e fui sustentado em oração, e isso ajuda-me a dobrar os joelhos e o pescoço!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, o assunto ainda não está resolvido, mas Deus já me transformou o entendimento. </div>
<div style="text-align: justify;">
Soli Deo Gloria</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-38554164034630714272019-11-05T06:35:00.004-08:002019-11-05T06:35:59.845-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx66YG2mRN3rg7mvwSwxnHslxVHtbmP1UbyJMqvPAzHE-vTUiSlx3l6TiTT0cMUGMQXYFHmm8aU1xVKwqt2gZJME0wwB-_3y0w3vr3TkhtxMNnmNe6CWF8VQiqclBvp3v3_QgtWNA-OVum/s1600/ff8de60f667a7a0282ea6ebbbc1d34acaf12d46b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="316" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx66YG2mRN3rg7mvwSwxnHslxVHtbmP1UbyJMqvPAzHE-vTUiSlx3l6TiTT0cMUGMQXYFHmm8aU1xVKwqt2gZJME0wwB-_3y0w3vr3TkhtxMNnmNe6CWF8VQiqclBvp3v3_QgtWNA-OVum/s320/ff8de60f667a7a0282ea6ebbbc1d34acaf12d46b.jpg" width="237" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Os Respigadores e a respigadora, Agnès Varda (2000)</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Gosto dos documentários de Varda, são sempre idiossincráticos, versam sobre o tema mas não se prendem a este, se Varda encontrar algo que valha a pena pensar ou filmar fá-lo sem constrangimentos e o final deste filme é disso exemplo, quando filma as aulas gratuitas de alfabetização de um homem que encontrou na rua a procurar e comer os restos deixados após o mercado.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfY9MRTQ4AiR4sfjnECgSllehJxHhTxdhEh2GfwwbpCCerHKkUg80TREVjg15jiqPYXwX-wE8sI35kHTiAi9K2oi_x7rqxvnDccgLFdnSzuSdaV1Cm7IkbswtPpJgXXh-dxPRU2inKkbNh/s1600/jules_breton_-_le_rappel_des_glaneuses.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="814" data-original-width="1600" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfY9MRTQ4AiR4sfjnECgSllehJxHhTxdhEh2GfwwbpCCerHKkUg80TREVjg15jiqPYXwX-wE8sI35kHTiAi9K2oi_x7rqxvnDccgLFdnSzuSdaV1Cm7IkbswtPpJgXXh-dxPRU2inKkbNh/s320/jules_breton_-_le_rappel_des_glaneuses.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
O filme baseia-se no acto de respigagem, acto referido e permitido no código penal e em éditos do século XVI, como bom protestante relembro-me da lei mosaica que também o previa e da história de Rute e Noemi.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHVJCFDNtMMLo32CFxOj200_3XVkJrGEvsSnH-FEIRknr1tjXGvlxoowPpqro2FYR50eYZ7ANzmisSVBRipj_dKHURWlLruGamFA7z4qeP-HONPXqlqbzhHmYtHg6hwpd7dn7MrKbkcXAO/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="193" data-original-width="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHVJCFDNtMMLo32CFxOj200_3XVkJrGEvsSnH-FEIRknr1tjXGvlxoowPpqro2FYR50eYZ7ANzmisSVBRipj_dKHURWlLruGamFA7z4qeP-HONPXqlqbzhHmYtHg6hwpd7dn7MrKbkcXAO/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Agnès filma os respigadores sobreviventes à entrada do século XXI, no campo poucos são os que ainda persistem, seja por ignorância da lei, seja por proibição dos donos das explorações.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Da apanha da batata, às vindimas, às diversas frutas, passando pela produção de ostras, a câmara de Varda filma as dificuldades daqueles que seriam beneficiados pelo acto da respigagem, respigando também ela coisas nesse processo, imagens, conversas, experiências, duas cadeiras e um relógio sem ponteiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
A incongruência de se preferir estragar o desperdício (as batatas ou uvas não aproveitadas estão na ordem das toneladas, seja por se obedecer a uma quantidade específica para se fazer parte de uma região demarcada, como no caso do vinho da Borgonha, seja pelo tamanho e aspecto específico para vender em supermercados, que faz com que muitos produtos agrícolas sejam deixados por apanhar ou deitados fora) a matar a fome a quem os podia apanhar é clara.</div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Agnès dá o ponto e o contraponto, da conversa com os "vagabundos", como lhes chamam os ciganos que moram perto deles, passa para o chef Michelin mais novo em França na altura, de uma cultura de sobrevivência à custa dos restos para restaurante com o menu de degustação a 600 euros, onde o chef também faz a respigagem de produtos para a cozinha. Ambas são experiências de respigagem, ainda que diametralmente opostas na necessidade de quem a pratica.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Mas os documentários de Varda não são somente descritivos, são inquisidores, mente inquieta, a realizadora indaga, persegue, visita, procura compreender, talvez por isso não seja de estranhar que ela pegue na contradição de no campo já não existirem respigadores mas estes abundarem nas grandes cidades, dobrando-se e apanhando comida dos caixotes ou das ruas para sobreviver.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
E enquanto o faz, Varda não deixa de se admirar com as pequenas e belas coisas, seja com as batatas em forma de coração que leva para casa e filma, seja para filmar os sinais de velhice e antecipar a morte, a morte que continua a esperar em Olhares Lugares de 2018 com JR, de resto há praias, como nos restantes documentários que vi, e há a câmara a filmar, Varda aproveita os bons e maus planos e brinca com isso.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7nsWH25jIwzPZ5bDq3bkapPOPkZLMdbR_ibE3bNhWDq2Vew_b0zMRnPjnVPNhhnlJAZ5KrfI36YjqiLodUNYq-2m2TWRAc4EWCQ24XUyTl4GnUqq_eaER-Pfhy8GNpIoEWl1HlAOODo72/s1600/Imagem1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="914" data-original-width="1193" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7nsWH25jIwzPZ5bDq3bkapPOPkZLMdbR_ibE3bNhWDq2Vew_b0zMRnPjnVPNhhnlJAZ5KrfI36YjqiLodUNYq-2m2TWRAc4EWCQ24XUyTl4GnUqq_eaER-Pfhy8GNpIoEWl1HlAOODo72/s320/Imagem1.png" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Há no entanto uma diferença estética este filme para Olhares Lugares e As Praias de Agnès, neste não há uma preocupação estética tão grande com planos, talvez pelo uso maior da handy camera, pelo aspecto "artesanal" das imagens obtidas por esta. Neste sentido, é um filme inferior aos dois documentários referidos acima.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
7/10</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuZza1lBPD7Fg4hyMh-k2qQZkN4nO8Q4GGJcj000b9TGA2G62j3e8DoF4cfC9j-dS23jPEkv3-v9HDp7vb3zOLcyDGUGXQrCFux-5a7vN1O1bpuC36ofziMFlvBFhnL3gpp9aWUyEftfpX/s1600/17032_49539_97923.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="672" data-original-width="1200" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuZza1lBPD7Fg4hyMh-k2qQZkN4nO8Q4GGJcj000b9TGA2G62j3e8DoF4cfC9j-dS23jPEkv3-v9HDp7vb3zOLcyDGUGXQrCFux-5a7vN1O1bpuC36ofziMFlvBFhnL3gpp9aWUyEftfpX/s320/17032_49539_97923.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-3800873763237428162019-11-05T06:30:00.000-08:002019-11-05T06:30:06.514-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh01fCHYHfyxt9prdzTnrRWbO50a6qvXAZ38tGrj_SsRQoshFfzCGpYAZzTVPg9CeqFIhqkOXsCTmFPsDnoP6QfTWuoAWt_3O2fZ6aYuMWeMZD3dDZ7gqZSd9U4QqPfZhexkPW0sONxPVnl/s1600/51n%252BzIRkJvL._AC_SY400_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="283" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh01fCHYHfyxt9prdzTnrRWbO50a6qvXAZ38tGrj_SsRQoshFfzCGpYAZzTVPg9CeqFIhqkOXsCTmFPsDnoP6QfTWuoAWt_3O2fZ6aYuMWeMZD3dDZ7gqZSd9U4QqPfZhexkPW0sONxPVnl/s320/51n%252BzIRkJvL._AC_SY400_.jpg" width="226" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Shoplifters, de Hirokazu Kore-eda (2018)</div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
O filme apresenta-nos uma família sui generis, uma avó, um casal, uma rapariga e um rapaz que vivem em condições deploráveis. Apesar de irem trabalhando, os rendimentos pouco mais dão do que para sobreviver, pelo que vão vivendo de uma série de pequenos roubos e estratagemas. Quando o pai e o filho encontram uma menina, vítima de maus tratos e subnutrição, toda a família a adopta, mostrando toda a sua humanidade e empatia no decorrer <span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">dessa acção.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
O filme dura duas horas e quarenta minutos, o dia a dia da família é escalpelizado, percebemos a humanidade dos seus intervenientes, as ligações que existem e se vão fortalecendo entre eles.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">As dificuldades do Japão moderno são descritas, a inconstância profissional, a ausência de segurança profissional, a indústria do sexo como escape profissional e como retrato das dificuldades de relacionamento ou como paradigma de novos relacionamentos, os chat-rooms sexuais, por exemplo, da dificuldade em viver com poucos recursos, mas o filme também consegue ser luminoso, com as pequenas conquistas vividas em família, da casa como castelo mesmo quandose vive numa "barraca", do amor, da abnegação, do sacrifício.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Uma cena belíssima, o rapaz ensina a rapariga "adoptada" a roubar, o dono do estabelecimento deixa-os levar a cabo o roubo, chama-os, dá-lhes dois gelados e diz ao miúdo para não a ensinar a roubar, perante o ar atónito deste.</span></div>
<br />
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
O filme parece ser uma comédia de certos costumes, uma imagem delicodoce de uma comunidade nas frestas da sociedade, e é, mas termina de uma forma que passa a ser bem mais do que isso, uma crítica à sociedade contemporânea japonesa, e um hino à família ou ao espírito familiar.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
8/10</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/9382rwoMiRc/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/9382rwoMiRc?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-44688132083853444942019-10-14T04:01:00.000-07:002019-10-14T04:01:00.911-07:00Credo dos Apóstolos<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Semana 2</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Romanos 10:9-10</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Creio, confissão – confio, tenho confiança, acredito</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Jaroslav Pelikan “ O que a igreja de Jesus Cristo acredita, ensina e confessa com base na Palavra de Deus: essa é a doutrina cristã.”</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Não há Igreja Cristã que não confesse doutrinas cristãs. O credo é a apresentação do ensino bíblico, ortodoxo e consensual, apesar de não se referir directamente às escrituras, o credo tem nestas a sua origem e linguagem.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
“O credo só tem razão de ser a partir da crença de que o Espírito Santo soprou as palavras que formam a Sagrada Escritura.” (Ferreira, Franklin, p. 25)</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
O credo não deve ser encarado como algo mecânico, mas como exigindo confiança em Deus. Ou seja, não acreditamos por ou se recitarmos o credo, mas podemos recitar o texto se acreditarmos, é uma prova da confiança pessoal em Deus.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
“Quando eu digo “Creio em Deus”, a ideia que o credo ensina é mais do que a mera adesão intelectual aos seus enunciados. O que este símbolo exige e requer, como eco do texto bíblico, é que nós confiemos, que nós obedeçamos e sejamos comprometidos com os enunciados daquele documento.” (<span style="font-size: 14.6667px;">Ferreira, Franklin, p</span>. 36)</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Algumas notas de Karl Barth quanto ao “Creio”:</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
- Acto de reconhecimento da realidade de Deus no seu relacionamento com o homem;</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
- Acto de confissão – o sujeito é a igreja ou pertence a esta, enquanto membro dela.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
- A confissão é sempre a tentativa de proteger a verdade divina do erro humano; no credo, a Igreja curva-se perante Deus e expressa a sua fé como acha que as Sagradas Escrituras a descrevem.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
- A fé como uma forma de mostrar compromisso com o trabalho missionário, a confissão como um acto de convocar outros à fé, um testemunho daquilo em que se crê.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
A confissão é então um acto de fé público e comunitário, há uma resposta pessoal, num acto comunitário.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Sendo o credo um texto Trinitário, e não aparecendo o termo Trindade na Bíblia, é importante lermos textos que mostram as diferentes pessoas da Trindade.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Textos/ confissões de fé centradas na pessoa de Jesus Cristo: Actos 8:37; Romanos 8:34; II Timóteo 2:8; I Pedro 3:18-22; I João 4:2, 15; Filipenses 2:5-11; I Timóteo 3:16; I Coríntios 15: 3-4</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Confissões centradas no Pai e no Filho: I Coríntios 8:6; Gálatas 1:1-5; I Timóteo 2:5-6; 6:13-16; II Timóteo 4:1</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Confissões Trinitárias: Mateus 28:19; Romanos 1:1-4; II Coríntios 1:21-22; 13:13; I Pedro 1:2; Judas 20,21</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-55361925107953069302019-10-14T03:58:00.000-07:002019-10-14T03:58:01.924-07:00Credo dos ApóstolosVou ao longo dos próximos 3 meses dar uma EBD sobre o Credo dos Apóstolos, para tal vou usar os livros do Pastor Franklin Ferreira, de Karl Barth sobre o mesmo, bem como o livro de Kevin deYoung sobre o Catecismo de Heidelberg, nos capítulos referentes ao Credo, bem como outros materiais.<br />
<br />
Semana 1<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Qual é a nossa experiência com o Credo, quais os nossos preconceitos (ideias pré-concebidas) acerca do Credo? Qual o nosso “relacionamento” com credos, confissões, catecismos?</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Em que é que eu acredito? Se me perguntarem um resumo da minha fé, qual é a minha resposta?</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
O Credo é um resumo da fé pregada pelos apóstolos. Nasce provavelmente a meio do segundo século e nasce da necessidade de instruir catecúmenos e como forma de preparação para o baptismo. Por um lado estabelece os artigos fundamentais da fé cristã, por outro é uma forma de lutar contra heresias.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Exemplo de alguns textos confessionais/ Credo= creio</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Deuteronómio 6:4 (Shemá); João 1:49; Mateus 16:16; João 20:28; I Cor. 15:3-4; Efésios 4:4-6; I Timóteo 3:16 – exemplos de confissões de fé</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
Incluo duas versões do credo, pela razão de usarem palavras diferentes, ainda que o conteúdo seja o mesmo, as implicações teológicas poderão ser diferentes.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;">I</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;">Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso,</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;"><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Criador dos céus e da terra;</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Que foi concebido por obra do Espírito Santo,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Nasceu da Virgem Maria,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">foi crucificado, morto e sepultado,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">desceu à mansão dos mortos,</span></span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">ressuscitou ao terceiro dia,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">subiu ao Céu</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">e está assentado à destra de Deus Pai Todo-Poderoso,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">De onde há de vir para julgar os vivos e os mortos;</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Creio no Espírito Santo,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Na santa Igreja Católica,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Na Comunhão dos Santos,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Na remissão dos pecados,</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Na ressurreição da carne</span><br /><span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">E na vida eterna.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;">Amém</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;">II</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;">Creio em Deus, Pai Todo Poderoso, criador dos céus e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo. Nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu, e está sentado à mão direita de Deus Pai Todo Poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; e na vida eterna. Amém</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 16.1px;">Desafio/TPC: conseguimos encontrar textos para cada verdade teológica assumida pelo credo? O Credo vai buscar a sua linguagem à Bíblia, não se vê como algo ao lado da Bíblia, mas como um texto que nasce desta, um resumo de algumas das suas verdades. Conhecemos ou vêm-nos à cabeça textos que apoiem as verdades enunciadas pelo Credo?</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-18471217945276084532019-09-21T13:09:00.002-07:002019-09-21T14:09:15.039-07:00Unbelievable<br />
<div style="text-align: justify;">
A Netflix anda a surpreender-me pela negativa no que à oferta de séries de qualidade diz respeito, tenho visto alguma junk tv, Os assassinos Wu é disso um bom exemplo, uma série de 10 episódios que se limita a dar boa e contemporânea pancadaria, mas séries que se distingam pela qualidade da escrita, interpretações e produção têm escasseado(também pode ser o meu mau génio a falar). Por isso, estava indeciso, o que é que vou ver? Dediquei-me ao passatempo usual de ver um bocado disto, um bocado daquilo até o torpor, o tédio ou o mau gosto me vencerem por completo. Desta vez, à segunda tentativa fiquei agarrado ao ecrã e a esposa, que estava ao computador, foi-se voltando para o ecrã até que, vencida, se sentou ao meu lado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os crimes sexuais, nomeadamente a violação, não estão ausentes do cinema ou da televisão, assim de repente lembro-me de um filme com Jodie Foster, Os acusados, e alguns episódios de Lei e Ordem, e seus sucedâneos, isto para não nomear Irréversible, mas somos capazes de voltar a este.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Unbelievable conta, em oito episódios, a história da violação Marie Adler (Kaitlyn Dever), em Washington, que será acusada de falso testemunho, e da investigação das Detectives Grace Rasmussen (Toni Collette) e Karen Duvall (Merritt Wever) sobre casos de violação no Colorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg4q0cHsM5uyLdbznBTlhTpWqCZDvS5ubHNaErUJ3VgFtCBKHxFhwBEog9pKnNqPnmqj9C2Gn5uHod6VZ4xLgxrCHrX-J4-trKfjPSGh1hzyQgEhnTUp34Ut2YUDANuf44TEfPYovwFe5j/s1600/3600+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="780" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg4q0cHsM5uyLdbznBTlhTpWqCZDvS5ubHNaErUJ3VgFtCBKHxFhwBEog9pKnNqPnmqj9C2Gn5uHod6VZ4xLgxrCHrX-J4-trKfjPSGh1hzyQgEhnTUp34Ut2YUDANuf44TEfPYovwFe5j/s320/3600+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Unbelievable é objectiva o suficiente para nos incomodar, sem nos dar o acto em si como Irréversible; em vez de nos apresentar o acto como algo abjecto e visível, apresenta-nos o acto e os efeitos deste na vida das suas vítimas, especificamente na vida de Marie Adler.<br />
Adler é um caso específico, estando no sistema de adopção americano é apresentada como uma jovem com um passado problemático, passado que em nada a ajudará, principalmente na percepção que os polícias, mas principalmente quem melhor a conhece, farão do seu relato. </div>
<div style="text-align: justify;">
Esta luta entre confessar o acontecido e acreditar no que é dito, muitas das vezes por causa da resposta corporal, psicológica, emocional é brutalmente apresentada, como acreditar em alguém com um passado tão extenso e que já provou não ser confiável? Quando a própria "família" desconfia, o que podemos fazer senão desconfiar?</div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro episódio apresenta-nos a via árdua de uma vítima de violação perante um corpo policial totalmente masculino, Marie terá de contar o que lhe aconteceu vez após vez, mostrando-nos o transtorno, a dor, a tentativa de se alhear do sofrimento presente impedida por mais um pedido de repetição do acontecido. Quando chegamos ao segundo episódio e vemos o mesmo acontecer, mas agora com uma mulher a dirigir o processo vemos uma maior humanidade e empatia num processo duro, longo e violento.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheUxT8nhJxn9hwbcz7qrdS48yEEagdhT6cK7lX7DsMED_BYORPmN0CATpaTUCmbO7bziOlEzfRuefyuL-NoBJB0SNxgVGCNYb_15ESF-3C6oDhmYY3HI6GMviFP4p7AAMiORSJ2XrHiagm/s1600/3600.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="620" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheUxT8nhJxn9hwbcz7qrdS48yEEagdhT6cK7lX7DsMED_BYORPmN0CATpaTUCmbO7bziOlEzfRuefyuL-NoBJB0SNxgVGCNYb_15ESF-3C6oDhmYY3HI6GMviFP4p7AAMiORSJ2XrHiagm/s320/3600.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
As duas detectives, opostas na maneira de ser e sentir, são-nos apresentadas separadamente, investigando crimes de violação que lentamente começam a convergir numa só investigação. </div>
<div style="text-align: justify;">
A fé de Duvall e a incapacidade crescente de gerir o ritmo familiar, fugindo ao clichés habituais de problemas familiares e traição, encontram o negativo na crítica humanista de Rasmussen à existência de Deus num mundo de assassinos, violadores e crimes violentos. Se a série começa por ser sobre Adler, quando nos apresenta às detectives, traz também as experiências de muitas outras mulheres violadas, e a transformação do mundo familiar das detectives por conta desta investigação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A série irritou-me (positivamente) pela forma lenta como vai contando a história, a irritação nasce do sentimento de incapacidade que o espectador sente perante o que se vai desenrolando e também pela forma lenta como as três, depois duas histórias se vão afastando e aproximando. A forma como a história é contada e filmada, sem chegar à obscenidade crua do acto de Irreversible, mas mostrando o suficiente para incomodar o espectador, deixa-nos perceber o interior (tumultuoso, no caso de Adler) das personagens, muitas das vezes somente através de um grande plano, de uma expressão, do vazio do olhar, do tremer da mãos, de um karaoke no carro!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, um exemplo maior de um excelente casting, as três protagonistas são excelentes, de uma escrita cirúrgica e de uma óptima realização.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que surpreende em Unbelievable é a capacidade de não ceder facilmente à fórmula "Hollywoodiana" de criar celeuma, de chocar gratuitamente, de ser unidimensional e facciosa. Não há tempo de antena e glorificação nem do crime, nem do criminoso; a série tenta documentar mais do que teatralizar no sentido de condicionar a nossa opinião acerca do sucedido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A crítica velada à forma como construímos ideias e preconceitos, como julgamos com base em pressupostos é certeira, a maneira como reagimos às injustiças ou como reconhecemos os nossos erros culminam num final que sendo real e moralista, não se fecha ou redunda numa moralidade construída para convencer ou transformar o espectador. O espectador é transformado porque percebe que o final não é um artifício narrativo, mas uma realidade vivida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das grandes séries deste ano, e que ajuda a esquecer a má colheita dos últimos meses Netflexianos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/QTIkUzkbzQk/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/QTIkUzkbzQk?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-33427562002619386432019-09-21T12:13:00.003-07:002019-09-21T12:13:40.415-07:00400 golpes<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Fomos, no início do mês,<span style="background-color: transparent;">a Setúbal, ao Fórum Municipal Luísa Todi, ver Os 400 Golpes de François Truffaut, primeira sessão da nova temporada da Master Class de Cinema de Lauro António, subordinada ao tema Filmes que Amo. Tendo trabalhado em Setúbal, na Ese, nos últimos anos, fico abismado com a ausência de publicidade a este evento (dura há cinco ou seis anos, as sessões são semanais!); descobri-o por acaso numa entrevista a Lauro António num dos podcasts que sigo. (Sempre às segundas-feiras, às 21h. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Os 400 Golpes é a primeira longa metragem de François Truffaut, de 1959, uma das obras impulsionadoras da Nouvelle Vague francesa.<br />O filme conta as aventuras e desventuras de Antoine Doinel, um jovem de 12 anos, em casa, na escola e na rua. Antoine vive num apartamento minúsculo com os pais, descobre um caso extra-conjugal à mãe, sofre na escola com um dos professores, que não está para aturar a lassidão estudantil, e tenta a sua sorte nas ruas, o que o leva ao pequeno crime e, finalmente, à sua institucionalização.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O filme tem um tom cómico, decorrente das situações, mas não se fecha nele. A parentalidade falhada, mas também o falhanço da vida adulta, seja de pais e professores perante as crianças, seja perante os seus próprios sonhos, mas também dos casais entre si, é uma das temáticas proeminentes. Pais que não têm tempo, e amor, para os filhos, casais que se vão distanciando, a vida moderna e citadina como uma razão para tudo isto, o pai sugere a determinada altura que se mudem para o campo, talvez não seja sem querer que o final é campestre, marítimo, longe da cidade, abrindo uma nova oportunidade de vida para Antoine - numa longa fuga que termina no mar, com Antoine a molhar os pés e a olhar directamente para a câmara.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Há outras duas cenas que me ficam na retina, as caras das crianças a ver um teatro de fantoches e a entrevista da psicóloga a Antoine. Na primeira, espantosa a forma como a câmara filma aquele deslumbramento infantil perante o simples e recorrente teatro manual; uma infância deslumbrada que corre o risco de cair na armadilha em que Antoine caiu, a morte do deslumbramento perante a rigidez de uma escola sem imaginação e de uma parentalidade ocupada. Aliás, Antoine tenta encontrar abrigo no cinema e nas feiras e salões de jogo, uma fuga em direcção a esse deslumbramento negado, também em casa, com algumas poucas excepções.<br />Na segunda cena, a entrevista é vista da posição da médica, com Antoine a olhar para a câmara, para nós, deixando-nos indecisos perante a veracidade das suas afirmações, estará a dizer a verdade ou a enganar a psicóloga? Eu diria que ambas as coisas.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Esta foi a cena que mais me impressionou, porque dizendo a verdade ou não, Antoine arraiga o filme na realidade, fala de abortos, de prostituição, de nascimentos fora do casamento, do final destes, uma visão realista, duas vezes a preto e branco, da sociedade francesa do seu tempo, e é um miúdo de 12 anos que a descreve, preso numa instituição.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Antoine Doinel teria a sua existência continuada em mais 3 longas e uma curta, a última de 1979, 20 anos após a estreia deste filme.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
Um grande filme a começar esta Master Class de Cinema.</div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiokPt00LgkztADzXq9FedqlyVEvnuCaLax0uOE5IWWfyS0EK9YT2GarpyeGo5mHh5yyNbbiZsyT0MpbaKGMmtgYvlF2vugyKVHmAm_feCTTEsZ3k-KBeA4QhkEwMfq6KV1ukqQP36JzLCw/s1600/400golpes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="900" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiokPt00LgkztADzXq9FedqlyVEvnuCaLax0uOE5IWWfyS0EK9YT2GarpyeGo5mHh5yyNbbiZsyT0MpbaKGMmtgYvlF2vugyKVHmAm_feCTTEsZ3k-KBeA4QhkEwMfq6KV1ukqQP36JzLCw/s320/400golpes.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4321330191630871153.post-82114120455249592042019-09-21T12:08:00.001-07:002019-09-21T12:08:15.612-07:00<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Acordo e me levanto,<br />porque tu me sustentas.<br />Clamo a ti, Tu me ouves, e respondes<br />Aos meus suspiros.</div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
A Ti clamo, ouves o meu choro,<br />também a minha alegria.<br />Tu me conheces, a minha vida,<br />As minhas circunstâncias.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ajuda-me a depender de ti,<br />a orar, a clamar, adorando-te.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Guia-me na tua justiça,<br />mantém-me fiel nas tormentas,<br />mas também quando azul é o céu.<br />É a tua benignidade que me sustenta.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Tu és o meu escudo,<br />em ti me quero gloriar,<br />És Tu quem levanta a minha cabeça,<br />quero orar.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ajuda-me a depender de ti,<br />a orar, a clamar, adorando-te.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Tu salvaste-me, adotaste-me,<br />Quero ser uma pedra viva,<br />das águas vivas beber,<br />reconhecer a voz do Bom Pastor.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ajuda-me a depender de ti,<br />oro, clamo, ajuda-me a depender de ti, adorando-te.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
(Baseado nos Salmos 3 e 5)</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0