quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

- Sabe, faz-me confusão a importância que se dá a inaugurações de hiper, super ou mini-mercados. Existem tantos, de tantos grupos económicos e particulares que fazer disso um acontecimento parece-me descabido.
- Hum, hum...
- As pessoas, aliás, tendem para um certo saudosismo para com o passado, o manual, o feito em casa, o tradicional e depois metem-se em shoppings, supermercados e não compram nada no comércio tradicional ou ao produtor. Fazem-me espécie as feiras do queijo, do vinho e do fumeiro das grandes superfícies.
- Ah, sim?
- Sim, gente que compra um produto falsamente tradicional, embalado e produzido sabe-se lá onde, com uma marca "mais ou menos" registada, com um selo a dizer "tradicional" e ficam animados com isso.
- Pois...mas desculpe que lhe pergunte...
- Pergunte, pergunte...
- Com ou sem Número de Contribuinte?
- Sem, obrigado.

A rapariga passa o cartão na máquina, deseja-lhe um resto de bom dia e olha para a fila interminável de clientes, que enche a loja no dia de inauguração. O ser humano é uma criatura estranha, mas auto censurável como aquele homem não se lembra de ter visto.

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